Os médicos do Hospital de Câncer de Campo Grande-MS Alfredo Abrão (HCAA) paralisaram os atendimentos nesta quarta-feira (22), devido a um déficit financeiro acumulado de R$ 770 mil ao mês.
De acordo com o documento enviado para a diretoria do HCAA, os médicos ainda aguardam a regularização dos pagamentos e dos contratos dos integrantes do corpo clínico e regularização dos serviços de patologia e exames de imagens.
Os profissionais já haviam anunciado uma greve no dia 18 de janeiro de 2023, que foi adiada por 30 dias. Nesse período, as reivindicações da categoria não foram atendidas.
De acordo com a nota oficial do hospital, somente serão realizados os atendimentos de urgência e emergência no pronto atendimento 24 horas; as cirurgias de urgências e emergências; atendimentos de UTI e tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia já em andamento.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (SinMed), Marcelo Santana Silveira, afirma que as reivindicações precisam ser atendidas para que o hospital funcione adequadamente no tratamento e diagnóstico de pacientes com câncer.
“Nós fazemos um apelo à administração do Governo Estadual e Municipal, para que, juntos do Ministério Público, façam as avaliações e levantamento das demandas que são essenciais para o funcionamento do hospital e para que os repasses sejam atualizados e os serviços entregues para a população de forma adequada”, diz Marcelo.
Ainda de acordo com a nota da instituição filantrópica, a situação financeira já era preocupante e foi agravada após o pagamento do 13º salário dos funcionários do hospital em dezembro.
São 75 médicos e 422 colaboradores, que trabalham para fornecer o tratamento gratuito aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Mato Grosso do Sul. O HCAA realiza 70% dos atendimentos oncológicos públicos de todo o Estado e em 2022 realizou mais de 180 mil procedimentos.
Os médicos anunciaram que só normalizarão os atendimentos quando houver resolutividade para as reivindicações e os recursos forem efetivamente liberados.