O trabalhador rural Edson Genovêz, de 32 anos, não resistiu à gravidade das queimaduras que sofreu enquanto tentava combater o fogo na região de Porto Esperança, município de Corumbá, no último dia 7. Com 90% do corpo queimado, ele estava internado há uma semana em uma unidade de tratamento intensivo.
Edson foi socorrido no campo e levado para a Santa Casa de Corumbá, sendo transferido no dia 8 para a Capital devido ao grave quadro de saúde. Na noite dessa terça-feira (13), às 23h50, o trabalhador morreu na Santa Casa de Campo Grande. Edson era conhecido como Dudu e deixou uma filha.
Dudu nasceu na região pantaneira e, há cerca de dois meses, ele ajudava a gerenciar uma fazenda na região. Antes de trabalhar nessa propriedade, Edson atuou no setor de turismo de pesca, em Corumbá.
Ele e outros funcionários da propriedade haviam se mobilizado para fazer um aceiro – faixa de terra na qual a vegetação foi retirada – e, assim, tentar reduzir a propagação das chamas.
O peão operava um trator para abrir o aceiro quando foi atingido pelo fogo que mudou de direção devido ao vento, levando as chamas justamente para o local em que estava.
A nossa reportagem averiguou que nesse combate não havia a atuação de autoridades. Um dia antes, na região pantaneira, a BR-262 chegou a ficar interditada por cerca de oito horas, em Miranda e, no dia em que o trabalhador foi queimado, havia uma grande frente de trabalho reunindo combatentes do Corpo de Bombeiros e do Prevfogo/Ibama, além de maquinário da Prefeitura de Miranda, para enfrentar o fogo e tentar manter o fluxo de veículos na BR-262. A situação só foi controlada com a chegada de uma frente fria à região, que trouxe queda da temperatura e chuva.
Neste ano, o fogo já atingiu 1.559.550 hectares, o que representa mais de 10% do território pantaneiro.