O Pantanal sul-mato-grossense enfrenta um cenário preocupante de queimadas neste mês de junho. Com 726 km² já destruídos pelo fogo, o equivalente à metade da cidade de São Paulo, o bioma concentra 30% dos focos de calor registrados no Brasil, segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nos 13 primeiros dias deste mês.
Os incêndios, que começaram no mês passado, ganharam força com a estiagem na região e, segundo o Secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, os efeitos da mudança climática são um fator crucial. "Nós temos um decreto de emergência ambiental publicado no Estado desde abril e temos também recentemente uma resolução da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) decretando calamidade hídrica na bacia do Paraguai. Então nós estamos numa situação crítica do ponto de vista climático", afirmou.
Em apenas um dia, 150 novos focos de incêndio foram registrados no bioma. A coordenadora de operações do Instituto Homem Pantaneiro, Isabelle Bueno, relatou a realidade. "Hoje existem focos de incêndio ativo em vários pontos do Pantanal. Hoje a gente tem a equipe da Brigada Alto Pantanal num combate mais direto na região do Paraguai Mirim, que fica a duas horas de distância da cidade. A gente também tem a equipe do Prev-Fogo, combatendo em outras regiões, e os bombeiros do Estado."
Na quarta-feira (12), 150 novos focos de incêndio foram registrados no bioma, e mais de 300 pessoas estão mobilizadas no combate às chamas em diversas frentes. E o prognóstico climático para o inverno em Mato Grosso do Sul indica que a situação deve se agravar, com risco de repetir o desastre ambiental de 2020, quando 3,5 milhões de hectares foram queimados. As temperaturas podem ficar até 4 graus acima da média para a estação e a previsão de chuva para os próximos meses é de apenas 0 a 5 milímetros nos principais municípios pantaneiros.
Diante do cenário, o Governo do Estado busca ajuda federal e de outros estados para combater as chamas. "A gente espera o auxílio do governo federal e até de outros estados para ajudar no combate às chamas. Próximo passo, é solicitar ajuda e apoio nacional. Nós assinamos o o pacto federativo de combate de incentivos florestais do Pantanal e Amazônia. E a gente espera que o Ministério do Meio Ambiente possa acionar outros ministérios, principalmente o Ministério da Defesa", afirmou Verruck.
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