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EDUCAÇÃO

Início do ano letivo 2025 trará mudanças nas escolas

Nova lei proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas em todo o Brasil, com foco na saúde mental e no aprendizado dos alunos

Segundo especilaistas alguns estudantes podem apresentar dificuldades com a limitação do uso de celulares
Segundo especilaistas alguns estudantes podem apresentar dificuldades com a limitação do uso de celulares

O início do ano letivo de 2025 está próximo. Nas escolas da rede municipal de Campo Grande, as aulas começam no dia 10 de fevereiro, enquanto na rede estadual, o início está marcado para o dia 17 de fevereiro.

Este ano, entra em vigor a Lei 15.100/2025, que restringe o uso de celulares nas escolas públicas e privadas em todo o Brasil. A medida promete transformar a rotina escolar, com o objetivo de melhorar a concentração, o aprendizado, a saúde mental e a socialização dos estudantes.

A psicopedagoga Olívia Carromeu considera que a nova lei trará benefícios psicológicos e cognitivos aos alunos, como a melhoria da concentração, redução de distrações e estímulo à socialização. “A redução de distrações contribui para uma maior capacidade de focar em tarefas cognitivas complexas, o que pode melhorar a performance acadêmica e reduzir também a ansiedade”, afirma Carromeu.

Enquanto muitas escolas ainda se preparam para implementar a medida, outras já adotam práticas semelhantes há anos. A Escola GAPPE, em Campo Grande, por exemplo, recolhe os celulares dos alunos na entrada. A diretora pedagógica, Ana Christina Fonseca, explica que a prática visa estimular o contato entre os alunos. “Os alunos precisam ter contatos um com o outro, olhar nos olhos do outro”, comenta. A medida é vista como positiva pela comunidade escolar.

Pais também apoiam a restrição. Talita, mãe de uma criança de 11 anos, acredita que a medida ajudará no desenvolvimento dos filhos, principalmente na adolescência. “Acredito que vai melhorar a concentração, aumentar o foco das crianças”, afirma.

A psicopedagoga Olívia alerta que alguns estudantes podem apresentar dificuldades com a limitação do uso de celulares. “Os sinais podem incluir comportamento emocional alterado, dificuldade de concentração, comportamento social problemático, entre outros”, destaca.

Além da proibição do uso indiscriminado dos celulares, a nova lei exige que as escolas implementem ações voltadas à saúde mental dos estudantes, como a criação de espaços de escuta, treinamentos e atividades que promovam o uso consciente da tecnologia. “As escolas podem criar ambientes onde os alunos possam interagir e se conectar com os colegas presencialmente“, conclui Carromeu.

A implementação da Lei 15.100 se soma a iniciativas de outros países que já demonstraram que a restrição do uso de celulares nas escolas pode melhorar o desempenho acadêmico e reduzir o bullying.

As redes municipal e estadual de ensino aguardam a publicação da resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), que trará diretrizes para a aplicação da medida localmente.