Um ataque hacker tirou todos os serviços online do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo no âmbito da Justiça Federal, nesta quarta-feira (30). O caso já está sob investigação e não há previsão de quando o funcionamento da plataforma deve voltar à normalidade.
Na página inicial do TRF, consta uma mensagem esclarecendo a situação, frisando ainda que "diligências efetuadas pela Secretaria de Tecnologia da Informação do órgão possibilitaram a identificação do tipo de ataque sofrido e a definição da estratégia a ser seguida na apuração dos fatos e na restauração da infraestrutura tecnológica do Tribunal".
Como não há previsão de retorno dos serviços online, a presidente do TRF-3, desembargadora federal Marisa Santos, determinou a suspensão de prazos processuais, sejam de ações físicas ou eletrônicas, tanto nesta quarta como também na quinta-feira (31). A prorrogação empurra os prazos para os dias subsequentes, conforme determina a desembargadora.
Pelo mesmo período o atendimento ao público externo que possui ações em primeiro grau foi suspenso, assim como autorizado aos servidores do local o trabalho não presencial, nestas mesmas datas. Porém, foi determinado a abertura de plantão judiciário até que a situação seja efetivamente solucionada e o serviço normalizado.
Por ora, não há mais detalhes de como ocorreu o ataque, nem dos meios usados para tal. Também não há informações sobre possíveis autores e se eles estão no Brasil ou fora do país.
ATAQUES IMPORTANTES
Ataques de hackers a sistemas do judiciário brasileiro já se tornaram rotina. Além de TJs (Tribunais de Justiça) estaduais, vários outros sistemas federais também já foram alvo de cibercriminosos. Um deles é o STJ (Superior Tribunal de Justiça), assim como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ambos os casos são apurados pela PF (Polícia Federal).
O TRF-3, apesar de atender apenas dois estados, é responsável pela tramitação de milhares de processos importantes, em várias esferas. Na criminal, um dos que mais chamou a atenção do público sul-mato-grossense recentemente foi o relativo a Operação Lama Asfáltica.
Nela, vários nomes fortes da política local chegaram a ser presos, como o ex-governador André Puccinelli (MDB) e o ex-secretário de Obras, Edson Giroto (PL), por suspeitas de corrupção. Contudo, ambos acabaram soltos e assistem, de casa, o TRF anular várias ações após ser declarado a suspeição do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira.
Responsável pela 5ª Vara Criminal de Camço Grande, Bruno foi apontado como suspeito pela defesa dos réus por ter agido de maneira abusiva durante o inquérito. A alegação foi acatada pelos desembargadores do TRF-3 e várias ações estão sendo anuladas, fazendo com que a Lama Asfáltica volte ao seu patamar inicial, após diversos anos de trabalho.