A Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prendeu mais seis pessoas, duas de manhã e quatro a tarde, envolvidas em um esquema de tráfico de drogas que utilizava o sistema de “delivery” para distribuição em Campo Grande, nesta quarta-feira (12).
A operação, que começou ontem, já contabiliza nove presos e resultou na apreensão de cerca de 9 kg de entorpecentes, incluindo maconha gourmet, haxixe e outras drogas sintéticas, como LSD.
A maconha apreendida foi descrita como “gourmet”, devido ao seu maior teor de THC (principal substância psicoativa encontrada na planta) e valor elevado no mercado. Cada quilo, adquirido por cerca de R$ 4 mil, era fracionado em porções menores para revenda, gerando lucros de até R$ 6 mil por quilo.
O valor do entorpecente variava para cada cliente. Se a pessoa que fosse comprar era de uma classe econômica alta, o preço seria maior.
Além das drogas, também foram apreendidos dinheiro, celulares, balanças de precisão e veículos utilizados para o transporte das substâncias.
De acordo com o delegado titular da Denar, Hoffman D’Ávila, a investigação, que já durava 15 dias, identificou uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas entre seus membros e uso de tecnologias, como transferências via Pix, para dificultar o rastreamento das transações ilícitas.
“Essa associação criminosa agia com unidade de desígnios, ou seja, todos trabalhavam em conjunto, com estabilidade e divisão de tarefas. Dois dos presos são os principais fornecedores de drogas em Campo Grande para essa associação, e são responsáveis por trazer entorpecentes de Corumbá e pulverizar para outros traficantes menores”, explicou o delegado.
Segundo o delegado, a quadrilha operava com o chamado “disque entrega”, evitando aglomerações e mantendo uma aparência discreta para não chamar a atenção de vizinhos e da polícia.
Os três presos de ontem e os seis presos de hoje possuem conexões diretas, reforçando o vínculo entre os integrantes da organização. “As investigações revelaram que eles trabalhavam de forma interligada, desde o fornecedor principal até os pequenos vendedores, utilizando o sistema de Pix para realizar pagamentos e recebimentos”, detalhou D’Ávila.
O delegado ainda ressaltou o impacto das investigações na segurança pública local, com a retirada de várias bocas de fumo, especialmente na região da 14 de Julho, que, segundo ele, se tornou um ponto de atratividade para os traficantes.
Os bares da área, embora não envolvidos diretamente no tráfico, acabam sendo aproveitados pelos criminosos para realizar as transações.
“Os traficantes buscam locais de grande movimento, como bares e praças, onde a aglomeração facilita a venda das drogas. No entanto, os donos de estabelecimentos não têm envolvimento direto. O problema está em como esses criminosos se aproveitam dessas áreas para realizar suas atividades ilícitas”, complementou o delegado.