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Manifestantes ocupam sede do Incra em Campo Grande e cobram avanços na reforma agrária

Mobilização começou por volta das 6 horas da manhã e segue sem previsão de término

Mobilização realizada no Incra, em Campo Grande, durante a manhã desta segunda-feira (28) - Foto: Gerson Wassouf/RCN67
Mobilização realizada no Incra, em Campo Grande, durante a manhã desta segunda-feira (28) - Foto: Gerson Wassouf/RCN67

A manhã desta segunda-feira (28) foi marcada pela ocupação da sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Campo Grande, por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária (MCLRA) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT). A mobilização começou por volta das 6 horas da manhã e segue sem previsão de término.

Segundo os organizadores, a principal reivindicação é o avanço na política de reforma agrária no estado. Claudinei Barbosa, coordenador do MST em Mato Grosso do Sul, explicou que a mobilização também é uma resposta à ação policial realizada no domingo (27) em Dourados, onde cerca de 300 famílias foram removidas de uma área ocupada sem ordem judicial. “Foi realizado o despejo usando spray de pimenta e balas de borracha“, relatou.

Além disso, os manifestantes cobram a presença do presidente do Incra, de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do ministro Paulo Teixeira para um diálogo direto.

Mato Grosso do Sul é o único estado que ainda não foi contemplado com desapropriação de imóveis para famílias acampadas. Algumas estão esperando há mais de 15 anos“, ressaltou Claudinei.

Durante o ato, Henrique Pereira, integrante da UGT e morador do acampamento Água Viva, reforçou que a luta é pela regularização fundiária e pela agricultura familiar. “A gente só quer o direito de produzir na terra. Lutamos há décadas para garantir alimento para a população e sobreviver dignamente do nosso trabalho”, afirmou.

Também presente, Wagner de Souza, do MCLRA, destacou que a reivindicação se baseia na existência de verbas e terras já disponíveis, mas que não são destinadas às famílias acampadas. “O recurso existe, a terra existe. Então, por que a regularização não sai? Precisamos de respostas do governo federal e do Incra”, disse.

Mobilizações e Reivindicações

O movimento faz parte das ações do “Abril Vermelho”, período em que os atos pela reforma agrária são intensificados em todo o país. De acordo com os manifestantes, a ocupação é por tempo indeterminado e somente será encerrada após uma resposta oficial do governo.

Além da ocupação no Incra, manifestações também foram registradas na BR-060, em Sidrolândia, e na MS-164, em Ponta Porã, onde trechos foram bloqueados. Na BR-060, após negociações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o tráfego foi parcialmente liberado no sistema “pare e siga” durante a manhã.

Até o momento, não houve pronunciamento oficial do Incra sobre a mobilização.