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AGRO É MASSA

Exportações do MS sentem efeitos da tensão entre EUA e China, diz consultor

Aldo Barrigosse analisa impactos da guerra comercial nas commodities e aponta oportunidades para o agronegócio sul-mato-grossense

Brasil ampliou os volumes exportados aos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2025 - Foto: Reprodução/ Pexels
Brasil ampliou os volumes exportados aos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2025 - Foto: Reprodução/ Pexels

As recentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China seguem influenciando o mercado global de commodities, afetando diretamente as exportações do agronegócio brasileiro, especialmente do Mato Grosso do Sul. A avaliação é do consultor Aldo Barrigosse, especialista em mercado externo, em entrevista ao programa Agro é Massa, desta quinta-feira (24).

Barrigosse analisou os efeitos da chamada “guerra comercial” entre as duas maiores economias do mundo, destacando que as políticas protecionistas norte-americanas vêm elevando tarifas de importação sobre produtos chineses, o que desencadeia instabilidades em diversas cadeias produtivas, incluindo a agropecuária.

“Desde quando [Trump] veio a ocupar a presidência dos Estados Unidos, ele entrou nessa famosa guerra comercial entre os dois países. Isso afeta diretamente o nosso país, porque a gente é um grande exportador de commodities”, afirmou.

Segundo o consultor, a soja sul-mato-grossense tem se beneficiado do aumento de tarifas impostas pelos EUA à soja americana. Com isso, o produto brasileiro se torna mais competitivo no mercado chinês.

Entretanto, ele ressaltou que houve queda nos volumes exportados nos primeiros meses do ano, com redução nos preços pagos por tonelada. “Quando você olha para abril, dados que vão ser divulgados ainda, a gente vê uma melhora na questão de preço”, disse. “A gente espera que esses preços melhorem nos próximos meses, principalmente com essa negociação.”

Em relação à carne bovina, Barrigosse observou que o Brasil ampliou os volumes exportados aos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2025, alcançando a cota de 65 mil toneladas antes do fim de janeiro.

A celulose e o etanol de milho também foram mencionados como produtos de destaque. No caso do milho, Barrigosse indicou que a produção estadual tem sido absorvida pelo mercado interno, em razão da demanda para ração animal, o que reduz a oferta para exportação.

A orientação do consultor é que produtores monitorem constantemente os indicadores de mercado e os custos de produção, para aproveitar possíveis oportunidades de comercialização, principalmente no mercado chinês.

“Vejo como oportunidade hoje ficar de olho na questão do mercado chinês, porque é um grande mercado mundial […] o produtor tem que acompanhar muito bem os seus indicadores internos, custo de produção, custo de reposição […], pra não perder ou não uma oportunidade. Como aquele ditado popular da roça: o cavalo encilhado passa apenas uma vez.” – Aldo Barrigosse

Confira a entrevista completa, com Aldo Barrigossse: