Uma mulher, de 27 anos, foi indiciada por aplicar procedimentos estéticos sem formação adequada, causando graves complicações de saúde em pelo menos quatro pacientes. Entre os crimes apontados estão lesão corporal gravíssima, uso de produtos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), indução ao erro do consumidor e uso de documento falso.
As investigações começaram depois que quatro mulheres relataram reações graves após um procedimento de preenchimento labial realizado em um espaço de coworking em Campo Grande, em setembro de 2024. A suspeita se apresentava como biomédica e esteticista, mas não possuía diploma de ensino superior.
As pacientes sofreram complicações sérias, precisando de internações e tratamentos médicos. Uma delas desenvolveu uma fibrose na região mandibular, que resultou em uma deformidade permanente, sendo necessária uma traqueostomia.
Durante a investigação, foram encontrados na residência da mulher medicamentos usados em procedimentos estéticos, que deveriam ser manuseados apenas por profissionais das áreas de medicina, odontologia e biomedicina. Alguns desses produtos eram importados ilegalmente e estavam armazenados de forma inadequada. Também foi apreendido um diploma de estética supostamente emitido por uma faculdade, mas que peritos confirmaram ser falso.
A investigação foi conduzida por uma unidade policial de Campo Grande, que conseguiu na Justiça uma decisão proibindo a mulher de atuar na área. O caso agora segue para o Ministério Público, que definirá os próximos passos do processo judicial. Se condenada, a soma das penas pelos crimes pode ultrapassar 25 anos de prisão.