Um estudo da Embrapa aponta que cerca de 46% das doenças agrícolas no Brasil tendem a se agravar até 2100, com o aumento das temperaturas e as alterações no regime de chuvas. As mudanças climáticas devem afetas culturas estratégicas como soja, milho, café, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas.
A pesquisa, que revisou 304 combinações entre plantas e patógenos, revela que os fungos já dominam 80% dos casos de doenças agrícolas no país. O estudo também chama atenção para a proliferação de pragas como pulgões, cochonilhas e moscas-brancas, que tendem a viver mais e se multiplicar rapidamente em temperaturas elevadas.
Outro alerta é sobre o impacto das mudanças climáticas nos defensivos agrícolas. A eficácia de fungicidas pode diminuir, exigindo mais aplicações e elevando custos e riscos ambientais. Com isso, cresce a busca por alternativas como os biopesticidas, área em que o Brasil já é referência mundial, mas que precisa avançar para se adaptar ao novo cenário climático.
O que fazer?
Especialistas da Embrapa defendem ações coordenadas para proteger a produção agrícola: mais pesquisa, fortalecimento da vigilância, diversidade nos cultivos e adoção de sistemas de alerta para epidemias.
O enfrentamento das mudanças climáticas no campo, segundo os cientistas, deve envolver agricultores, governos e a comunidade científica de forma conjunta.
O recado dos pesquisadores é claro: as mudanças climáticas já estão em curso e impactam diretamente a agricultura. Sem planejamento e inovação, os prejuízos podem ser altos.