Documentos médicos de pacientes em tratamento psiquiátrico foram descartados irregularmente no CAPS III do bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Os prontuários, que deveriam ser guardados por pelo menos 20 anos, estavam sendo eliminados de forma sistemática, segundo denúncia feita à Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul em outubro do ano passado.
A situação levou o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) a incluir a unidade no cronograma de auditorias federais. O órgão solicitou à Secretaria Municipal de Saúde a relação completa dos atendimentos realizados entre 2009 e 2024 para checar a extensão do problema.
Com base nessas informações, a Polícia Civil iniciou uma investigação para apurar a conduta de servidores públicos ligados ao centro de saúde. Nesta segunda-feira (7), foi realizada a operação “S.O.S Caixa Preta”, que cumpriu mandados de busca em residências de funcionárias investigadas e também na sede do CAPS III.
Os agentes recolheram documentos, registros digitais e mídias que podem comprovar a destruição dos prontuários.
De acordo com as autoridades, há indícios de que dados sigilosos foram apagados sem respaldo legal e que houve tentativa de manipular os sistemas de registro. Os prontuários médicos são documentos essenciais para garantir o acompanhamento dos pacientes e a continuidade do tratamento.
Os crimes apurados incluem destruição de documentos, quebra de sigilo profissional e outras possíveis infrações. O inquérito continua em andamento, e novas informações devem ser divulgadas conforme o avanço da investigação.