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Meteorologista avisa ‘estamos num período de estiagem em pleno verão’

Na agricultura, escassez hídrica e frio em maio pode impactar a safrinha de outono

Natálio Abrahão alerta que o ano de 2025 pode ser tão seco quanto foi ano passado
Natálio Abrahão alerta que o ano de 2025 pode ser tão seco quanto foi ano passado | Foto: Karina Anunciato/CBN-CG

Mato Grosso do Sul vive dias de contrastes meteorológicos. Enquanto que a região Centro-Norte enfrenta diariamente alerta para o risco potencial de chuva intensa, a região Centro-Sul passa por dias de altas temperaturas, tempo firme e pancadas de chuva.

Apesar da sensação de que os índices de chuva estão aumentando no estado, na realidade o volume acumulado para o período está abaixo da média, de acordo com o meteorologista da Uniderp, Nátalio Abrahão.

“[…] O hemisfério sul está no verão. O mês de janeiro que deveria ser o período mais chuvoso do ano, nós estamos na metade. O ano passado todo, de janeiro a dezembro, Mato Grosso do Sul só choveu 68%. Esperava-se em torno de 1.520 milímetros (mm) choveu 960. Ficou muito abaixo do esperado. este ano pode ser igual? Pode. Essa situação realmente pode ser […] Em Campo Grande, o esperado para o mês todo de janeiro gira em torno de 212, 213 mm. Tem pontos principalmente nas leituras dos órgãos oficiais, como o Inmet que não passaram de 2 mm e outros bairros em torno de 30. isso demonstra também como as chuvas estão mal distribuídas”, explicou.

Durante a conversa o meteorologista antecipou a previsão para os próximos dias com expectativa de temperatura acima da média e muito calor em todo o estado. Para o Rio Paraguai as notícias são pouco animadoras. Segundo Abrahão, o nível do rio, mas importante para a bacia pantaneira, deve se manter próximo dos três metros durante a época considerada de cheia. Neste período do ano, entre março e abril, a marca deve alcançar os quatro metros.

A escassez hídrica deve provocar impactos importantes também na agricultura, especialmente na safrinha de outono.

“Faltará chuva em fevereiro e março em Mato Grosso do Sul. Na área central, poderá haver chuvas no entorno, entre a região Norte, Nordeste e Sudeste e também no Sul. Com ausência de chuva nas regiões Central e Oeste, que é região produtora de várias atividades agrícolas. A região Norte, que tem uma atividade agrícola muito significativa, principalmente entre Chapadão, Cassilândia e Paraíso das Águas, terão chuvas dentro da normalidade, mas no contexto do estado faltará chuva, tá […] Se tivermos aí consolidando a La Niña para a neutralidade, poderemos ter estiagens significativas e frio, principalmente no fim de maio e no mês de junho, culminando com a primeira semana de julho com temperaturas muito baixas”.

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