O desmembramento de Mato Grosso do Sul do estado de Mato Grosso foi formalizado há quase cinco décadas (em 11 de outubro de 1977) e, até hoje, MS enfrenta uma verdadeira crise de identidade, o que não é nenhuma novidade. E o erro repetido já não é tolerado pelo sul-mato-grossense.
A confusão com o nome do estado tem sido tão frequente a ponto de ser combatida em coro pela população, que não se cansa de repetir o famoso "DO SUUUL" cada vez que uma personalidade cita Mato Grosso ao se referir a MS.
Nas redes sociais há inúmeros 'memes', muitos viralizaram, que debocham ou criticam a situação como forma de chamar a atenção de brasileiros que parecem desconhecer a geografia e parte da história do nosso país, principalmente, porque o chamado 'movimento separatista' teve início por volta de 1889, em Corumbá.
Os mais incomodados com a gafe chegam a adotar o protesto no vestuário, ao usar camisetas estampadas com a frase "Mato Grosso do Suuul" ao recepcionar visitantes de outros estados. Mesmo assim, a situação se repete.
O último deslize cometido por uma autoridade pública foi registrado nesta terça-feira (16) durante a visita da comitiva de ministros ao Pantanal, justamente no município de Corumbá. A Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, confundiu o nome do estado na primeira citação de sua fala oficial.
"De novo pessoal, desculpa. Mil vezes desculpa", disse a ministra ao ter o discurso interrompido após trocar o nome de MS, estado que visita pela segunda vez em menos de 20 dias. Na sequência, ela citou o nome correto do estado em várias frases, sempre dando ênfase à expressão "do Sul", o que provocou risadas de expectadores que acompanhavam os discursos e a coletiva de imprensa das autoridades.
Marina Silva já trocou o nome de Mato Grosso do Sul outras vezes, inclusive no mês passado, em Brasília, durante uma entrevista coletiva à imprensa nacional, onde afirmou que "está no cronograma irmos para o Mato Grosso, lá pra região de Corumbá".
Confundir MS com MT, além de ser rotineiro, vai além de figuras públicas. Até mesmo a imprensa tradicional, baseada nas grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, vez ou outra, volta a cometer o erro – tão 'gritante' para o sul-mato-grossense – em edições jornalísticas, o que torna grave a situação. Afinal, ao sair na mídia MT ao invés de MS, se trata de uma desinformação.