A gestão da Energisa em Mato Grosso do Sul, concessionária de energia elétrica que atua em 74 dos 79 municípios do estado, vai mudar a partir do dia 17 de setembro. O atual diretor Técnico e Comercial da empresa, Paulo Roberto dos Santos, vai assumir o cargo de diretor-presidente, hoje ocupado por Marcelo Vinhaes.
Após um período de sete anos no cargo em MS, Vinhaes passará a atuar na mesma função de diretor-presidente na Energisa-MT, em Cuiabá. Já o futuro gestor da Energisa-MS, Paulo Roberto, ocupou o cargo de gerente de combate a perdas da concessionária em MS até 2017, quando assumiu a diretoria Técnico Comercial.
Nesta quarta-feira (14), os executivos participaram de uma entrevista na Rádio CBN Campo Grande, onde comentaram sobre as ações já implementadas e os próximos desafios. Entre eles, está o enfrentamento aos fenômenos climáticos que impactam diretamente na rede de distribuição de energia elétrica.
"O clima do Mato Grosso do Sul é um dos climas mais severos do Brasil, principalmente no Cone Sul, e ele é muito comparado aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná […] temos também uma das maiores incidências de descargas elétricas do mundo", destacou o atual diretor-presidente, Marcelo Vinhaes.
Um mapeamento realizado pela concessionária mostrou que 85% das interrupções no fornecimento de energia elétrica no estado ocorrem devido à queda de galhos e de árvores sobre a fiação, especialmente durante vendavais e tempestades. Os gestores apontam que, diante do alto custo para implantação de uma rede subterrânea de energia, a alternativa é substituir as espécies plantadas sob a rede.
A concessionária informou que mantém um projeto de distribuição de mudas para as prefeituras, que têm a responsabilidade pela poda ou manejo das árvores. As espécies mais indicadas para esse plantio são o Ipê-mirim (Tecoma stans) e a Pata-de-vaca (Bauhinia forficata), que têm as copas mais baixas e não atingem a fiação. O município de Bonito já começou o manejo adequado das árvores e, conforme a Energisa, as quedas de energia já foram reduzidas após esse trabalho.
Sobre os investimentos no setor elétrico para atender ao agronegócio diretamente no campo, a concessionária informou que tem cinco obras em andamento para atender a demanda de produtores que investiram na irrigação das lavouras. Um grupo de trabalho foi montado para levantar as demandas do setor antes da implantação das novas atividades.
"A Energisa precisa ter a ciência no ato da prospecção, porque muitas vezes você tem um empreendedor que monta o empreendimento dele e depois lembra de fazer o contato conosco. E a construção de uma subestação ou de uma linha de transmissão requer tempo. Existem equipamentos como um transformador, por exemplo, que levam um ano para serem produzidos. Então, a gente tem que saber que aquela prospecção vai virar um negócio para que a gente possa atuar imediatamente e ir trabalhando em paralelo", explicou o diretor Paulo Roberto dos Santos.
Acompanhe a entrevista na íntegra: