Os moradores do Bairro Silvia Regina, em Campo Grande, convivem com alagamentos frequentes durante o período de chuvas. O principal ponto afetado é a Avenida Capibaribe, onde o transbordamento do Córrego Imbirussú dificulta a mobilidade e gera prejuízos. Segundo relatos, a água invade comércios e carrega lixo acumulado, tornando a situação ainda mais grave.
A dona de casa Laudelíria Mascena, que mora em frente ao córrego, conta que o problema é recorrente. “Toda vez que chove, alaga. Já fizemos várias reclamações, mas nada resolve. A única coisa que fazem é um serviço paliativo, mas o problema continua”, afirma.
Cristiane Antunes, gerente de um posto de combustível na região, reforça que o lixo jogado no córrego agrava os alagamentos. “Já encontraram de tudo aqui, até cama e sofá. Quando chove, a água vira um rio e leva tudo. Muitos carros já estragaram porque os motoristas tentam passar achando que é raso”, relata.
O Córrego Imbirussú, que percorre a região oeste de Campo Grande, é considerado o mais poluído da cidade. Um estudo do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), em parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), aponta que o descarte irregular de resíduos sólidos é um dos principais fatores para os alagamentos.
O engenheiro ambiental Vinícius de Oliveira explica que a poluição bloqueia os canais de drenagem, impedindo a vazão da água da chuva. “O problema começa no descarte incorreto. O lixo deixado nas ruas é carregado pela chuva e vai parar nos cursos d’água. Quando o canal está obstruído, a água transborda”, alerta.
Com base no estudo, foi elaborado um plano de ação sugerindo medidas para reduzir os impactos das inundações. Entre as recomendações estão ações de limpeza e campanhas de conscientização para evitar o descarte inadequado de lixo.