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Mobilização

Moradores expulsos do Lagoa Park protestam em ocupação na região central

Manifestantes cobram igualdade de tratamento para lote ocupado em área nobre

Com cartazes moradores esperam resposta da prefeitura - Foto: Karina Anunciato/CBN-CG
Com cartazes moradores esperam resposta da prefeitura - Foto: Karina Anunciato/CBN-CG

Com colchões, representantes das 59 famílias expulsas da área de ocupação da Lagoa Park ocuparam na manhã desta quarta-feira (09) um espaço público utilizado como estacionamento no Bairro Chácara Cachoeira. A área que fica na rua Elvira Coelho Machado, entre as ruas Anajá, Guruá e São Vicente de Paulo, pertence à Prefeitura de Campo Grande. 

Os manifestantes reivindicam a negociação com a prefeitura e o mesmo tratamento dado às famílias, no último final de semana, aos ocupantes do estacionamento. No domingo (06), eles foram expulsos da área de ocupação na Lagoa Park. A área foi desmobilizada com o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e utilização de maquinário para derrubar os barracos.

A manifestação pacífica conta com a presença de mulheres e crianças. Giseli da Silva Marques, 27 anos, autônoma, é uma das ocupantes. Mãe de 4 crianças, com idades entre 6 meses, 4, 6 e 9 anos, a mulher afirmou que participa da mobilização para chamar atenção para a falta de moradia.

Hoje é uma manifestação pacífica a respeito daquela região que é uma área verde, e aqui também está destacado como área verde. Lá a gente foi tirado como cachorro, foi patrola, foi tudo e a gente com criança, não teve nem dó nem piedade. Falou que ia passar por cima da gente”. 

Cláudia Silva Oliveira, 45 anos, cuidadora de idosos, é outra pessoa que foi expulsa da área de ocupação. A manifestante disse que faz questão de participar da movimentação não apenas por ela, mas pelas filhas de 21 e 17 anos e do neto de 4 anos.

“Eu espero, para mim e para minha filha que tem um filhinho, que a gente consiga uma casinha. A gente não quer só aquela área, a gente quer uma casinha, um teto, já legalizadinho com direito a pagar o IPTU, parcelinha, água e luz, em qualquer lugar. Eu não quero ter que morrer numa terra. Eu quero morrer numa casa construída”. 

Mais cedo um homem, que estava com o carro parado no estacionamento, e não quis se identificar abordou os manifestantes e disse apenas que eles seriam retirados de lá. 

Por volta das 10h, uma equipe da Guarda Civil Metropolitana estave no local para acompanhar a movimentação. Os servidores conversaram com os manifestantes e afirmaram que iam acompanhar a  ação para garantir a segurança de todos envolvidos. “Nós vamos ficar aqui para acompanhar e garantir a movimentação pacífica tanto para garantir a segurança de vocês como de todos envolvidos”, garantiu o Guarda Oliveira.

Deusli Silva de Oliveira, que mora próxima da região ocupada no Lagoa Park, disse que apoia o movimento porque dá um uso melhor ao espaço abandonado.

“Lá é uma área de lixo, tudo que acontece acontece lá. Ninguém manda limpar, ninguém manda nada. Agora o povo faz um barraquinho, aí mando a Guarda. Teve uma invasão, eles foram lá e tiraram, agora de novo. Só que esse povo falou que não tem onde morar e agora eles estão debaixo de um pé de manga de seriguela porque não pode nem armar uma lona”.