Indicadores do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) mostram que a taxa de mortalidade infantil tem aumentado em Mato Grosso do Sul desde 2021, quando o estado registrou 447 óbitos infantis. Até o ano de 2023 os números cresceram consideravelmente, em 2022 ocorreram 493 óbitos e no ano passado foram registrados 544. Só nos primeiros quatro meses deste ano, a mortalidade infantil já chegou a 166 no estado.
"Estamos trabalhando para reduzir esses números agora em 2024. Nós temos nos esforçado não só para a atenção hospitalar, que nós temos enfrentado as questões respiratórias dos nossos leitos pediátricos, mas também na retomada da puericultura, de trazer essa família de volta a atenção primária para que faça aquela consulta que nós desde pequenos fazíamos para a vacinação. Tudo isso para que se construa novamente essa cultura de acompanhar a saúde da criança durante o crescimento e desenvolvimento e não só quando ela fica doente e precisa ser levada ao hospital", explica a enfermeira obstetra, Andriely Gomes, que é coordenadora da Saúde da Mulher, Criança e Maternidade da SES.
Entre as ações da Secretaria Estadual de Saúde, está a realização do “II Simpósio Estadual de Prevenção do Óbito Materno, Fetal e Infantil” com o tema “Construindo Estratégias de Enfrentamento”, que teve início nesta quinta-feira (23) em Campo Grande . O evento aborda políticas, programas, projetos e o manejo de questões e situações clínicas que envolvem a promoção da saúde durante e após a gestação. A programação segue até a tarde de sexta-feira (24).
"O simpósio visa atualizar e promover práticas que possam contribuir para que todos os municípios do estado de Mato Grosso do Sul implementem na sua assistência primária, visando a redução da mortalidade materna infantil. Nós temos indicadores que demonstram que poderíamos estar numa situação muito melhor e por isso é importante a participação de profissionais e técnicos do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana de Saúde, de federações de especialidades da ginecologia obstetrícias, enfermeiras e obstetras. Todos esses técnicos precisam contribuindo para melhorar a capacitação dos nossos profissionais de saúde na capital e no interior do estado", afirmou o Secretário de Estado de Saúde de MS, Maurício Simões.
O secretário ainda afirmou que tem realizado reuniões junto ao Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) e ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) com o objetivo de implantar uma ferramenta de videomonitoramento nas UTIs Neonatais do estado para "melhorar a assistência às crianças, principalmente os prematuros", concluiu Simões.