Policiais rodoviários federais flagraram na manhã desta segunda-feira (11) uma situação, no mínimo inusitada, envolvendo um motorista de um caminhão carregado com melancias.
Além de não ter habilitação para dirigir veículo com carga, o que mais chamou a atenção dos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi o fato dele não ter uma das pernas e nem usar prótese. O veículo também não era adaptado para motorista com deficiência física.
O flagrante ocorreu na BR-163, em Campo Grande, no quilômetro 481 do anel rodoviário, nas proximidades na Uniderp Agrárias. O caminhão foi parado pelos policiais devido às placas traseira e dianteira estarem "dobradas" para evitar a identificação do veículo.
Ao sinalizar para que o motorista parasse na fiscalização, o caminhão avançou por mais cem metros e não atendeu ao pedido dos agentes para que retornasse de ré. Ao ser abordado, o motorista desceu do caminhão e foi constatado que ele não tinha uma das pernas e, por isso, não conseguiu acionar a embreagem e engatar a ré.
"Ele apresentou uma CNH categoria B e nós reparamos que ele também não tinha um dos membros inferiores, a perna esquerda, o que é bastante perigoso porque ele não tem capacidade de trocar as marchas em algumas situações. Não é um caminhão automático, é um caminhão manual", explicou o policial rodoviário Tércio Baggio, responsável pela abordagem.
A partir daí, os policiais verificaram uma série de irregularidades nas condicões do caminhão que já trafegava por pelo menos mil quilômetros em rodovias. O motorista, de 44 anos, disse que saiu de São Paulo com destino a Rondonópolis, Mato Grosso, onde entregaria a carga de melancia. Ele estava com um passageiro habilitado na categoria D e informou à PRF que os dois se revezavam na direção.
Foram identificadas 11 infrações de trânsito, sendo elas: dirigir veículo sem adaptações; dirirgir veículo com catgoria diferente da exigida; suspensão alterada; uso de luz vermelha no parabrisa, cor permitida apenas na traseira do veículo; farol queimado; antena projetada avançando pra frente e lado direito, podendo atingir outros veículos; placas dobradas, provavelmente para passar acima da velocidade em radares; descarga livre, gerando ruído excessivo; inexistência de faixas refletivas na traseira; tacógrafo não preenchido; desrespeito à Lei do Descanso.
O motorista recebeu cinco multas administrativas que somam quase três mil reais. Ele tem prazo de cinco dias para regularizar o veículo, sob pena de mais uma multa, desta vez por desobediência, além de não conseguir licenciar o veículo novamente.
O passageiro foi liberado para seguir viagem na direção do caminhão após o conserto das placas e do farol, a retirada da luz do parabrisa e da antena. Nesse caso, os policiais levaram em consideração a carga perecível e o fato de ter um motorista habilitado.