A Petrobrás anunciou redução de R$ 0,17, ou 4,6%, no preço do litro do óleo diesel às refinarias a partir desta terça-feira (1º). Boa notícia por se tratar de redução, mas o preço ainda segue longe do ideal.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas do Estado de Mato Grosso do Sul (Sindicargas), Gilmar Ribeiro, a notícia da redução é bem recebia, mas ainda assim o valor segue alto.
“A redução traz benefício porque com as constantes altas, o transportador não consegue colocar a margem em cima do frete e isso impacta no custo da empresa e no rendimento do motorista […] essa notícia traz uma certa tranquilidade para o transportador, mas lembrando que não é o preço ideal e que o custo impacta grandemente na folha e no custo operacional da empresa”, disse.
Nos postos de Campo Grande, visitados pela reportagem, o preço do combustível ainda não foi ajustado na bomba a informação dos gerentes é de que isso leva de três a quatro dias.
Mas quem abastecia na manhã desta terça-feira (1º) apontou o impacto do preço do diesel na economia. “Infelizmente quem paga a conta é consumidor geral. Nos últimos anos o valor do diesel até que estabilizou, mas em um patamar muito alto. O anúncio da Petrobrás é algo bom, mas a redução é muito pouca por litro“, disse o representante comercial, João de Almeida.
Dificuldades no setor de transporte
O presidente do Sindtanque Centro-Oeste, Jorge Viana, apontou que, apesar da expectativa positiva gerada pela redução do diesel, o setor de transporte rodoviário enfrenta uma defasagem histórica nos valores do frete, o que pode limitar os efeitos dessa queda nos preços dos produtos.
“A notícia da redução no preço do óleo diesel é vista por toda a sociedade como uma esperança de diminuição no preço dos alimentos. Mas, para nós do setor de transporte rodoviário, que somos responsáveis por carregar todo tipo de carga, vivemos uma realidade paralela: o descumprimento da lei do piso mínimo do frete, que deveria garantir a remuneração justa do transporte. Os embarcadores não cumprem essa lei, e isso impede que possamos repassar a redução do combustível aos preços finais. Então, infelizmente, não acredito que essa queda vá se refletir nas prateleiras e na mesa dos brasileiros”, declarou.
Para o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro), Edson Lazaroto, a redução reflete o mercado. “Reflete que o mercado externo estava com preços próximos ao mercado interno , o que fez a Petrobras reduzir o preço nas refinarias, além disso reflete um pouco na inflação , fretes e transportes de mercadorias, etc”.
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A Petrobras anunciou na segunda-feira (31) a redução de R$ 0,17 por litro no preço do óleo diesel A (utilizado na produção do óleo que chega aos consumidores). A diminuição de 4,6% passa a valer a partir de terça-feira (1º).
O novo valor do combustível vendido às refinarias será, em média, de R$ 3,55 por litro. De acordo com cálculos da empresa, considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 3,05/litro, uma redução de R$ 0,15 a cada litro de diesel B.
Segundo a estatal, com o novo preço de abril, o diesel barateou R$ 0,94 por litro, representando recuo de 20,9% desde dezembro de 2022. Considerando a inflação do período, a redução chega 29%, informou a estatal.
*Com informações Agência Brasil