O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu um inquérito para apurar os impactos do transporte de minério de ferro na saúde e no dia a dia dos moradores de Ladário, cidade a 457 km de Campo Grande.
A investigação, conduzida pela 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá e publicada no Diário Oficial do MPMS na quarta-feira (24), responde a denúncias da população que apontam poeira excessiva, poluição sonora e o aumento de problemas respiratórios na região.
Moradores da Rua Frei Liberato e arredores entregaram um ofício com mais de 30 assinaturas ao promotor Pedro de Oliveira Magalhães, descrevendo o transtorno.
Eles relatam irritação nos olhos, sangramentos nasais, coceiras na pele e doenças respiratórias, como asma e bronquite, que atribuem à falta de umidificação adequada das vias usadas pelos caminhões.
“O ar fica irrespirável, e a poeira entra em casa”, reclama um dos signatários.
Um laudo do Núcleo Regional de Criminalística confirma as queixas. O documento revela que a poeira persiste mesmo após a aspersão de água, que, por sua vez, transforma a rua em lama, dificultando o tráfego e elevando o risco de acidentes.
O barulho dos caminhões também impressiona: o tráfego intenso gera ruídos que superam os limites ambientais, trazendo estresse e prejudicando o sono dos moradores.
Além disso, o laudo destaca que partículas acumuladas afetam a vegetação e podem contaminar rios próximos.
O promotor determinou nova perícia e cobra explicações da prefeitura de Ladário sobre o controle do transporte de minério.
A investigação quer identificar responsáveis e garantir soluções que protejam a saúde e o meio ambiente.
Enquanto isso, os moradores seguem na expectativa de medidas que devolvam a tranquilidade à cidade.