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180 Dias

MS decreta situação de emergência devido às queimadas

Defesa Civil fica autorizada a ocupar áreas particulares em caso de iminente perigo público; proprietário poderá ser indenizado em caso de danos

Combate aos incêndios por terra e pelo ar na região pantaneira, onde a situação já está fora de controle - Foto: Bruno Rezende/Secom-MS
Combate aos incêndios por terra e pelo ar na região pantaneira, onde a situação já está fora de controle - Foto: Bruno Rezende/Secom-MS

Publicado nesta segunda-feira (24), no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul, decreto sobre situação de emergência nos municípios atingidos pelos incêndios florestai no estados. O decreto tem vigência de 180 dias a partir de hoje.

Com essa medida, o Governo do Estado pretende garantir, neste período, a mobilização de todo o executivo estadual para atuar, sob a coordenação da Defesa Civil, nas ações de resposta a esse desastre, na reabilitação do cenário ou mesmo na reconstrução. Tudo isso devido à piora das condições climáticas, com estiagem prolongada e ventania, o que é um verdadeiro combustível para a propagação do fogo pela vegetação seca.

Também está autorizada a convocação de voluntários para reforçar as ações de combate ao fogo e a realização de campanhas de arrecadação de recursos para facilitar as ações de assistência à população afetada pelo desastre.

E, em caso de risco iminente, a Defesa Civil fica autorizada a entrar em casas e prédios para prestar socorro ou determinar a evacuação do local.

O decreto também autoriza os profissionais da linha de frente de combate aos incêndios a usar de propriedade particular, no caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário indenização, em caso de dano.

A situação de emergência foi decretada também devido aos impactos das queimadas para a agropecuária pantaneira, com prejuízos expressivos, tanto nas perdas econômicas, como na questão ambiental, em relação à vegetação, solo, fauna, bens materiais e segurança da vida humana.

ATUAL SITUAÇÃO DAS QUEIMADAS

Já foram registrados 3.973 focos de calor no Pantanal sul-mato-grossense, em 82 propriedades rurais. Na manhã desta segunda-feira (24), 17 propriedades rurais enfrentam incêndios no bioma.

O coordenador do Prev-Fogo/Ibama em Mato Grosso do Sul, Márcio Yule, informou que as chamas estão concentradas no "Norte de Corumbá, em frente à cidade, produzindo muita fuligem e fumaça, causando problemas respiratórios. Também ao Leste de Corumbá, na região do Pantanal do Abobral e próximo à Porto Experança", disse à CBN Campo Grande.

Helicóptero equipado com 'helibalde' atua no combate às chamasHelicóptero equipado com 'helibalde' atua no combate às chamas – Foto: Bruno Rezende

As equipes de combate aos incêndios contam com três aeronaves Air Tractor, três helicópteros, caminhões de combate a incêndio e dezenas de camionetes equipadas com kit pick-up, mochilas costais, sopradores e equipamentos de proteção individual.

Nesse domingo, duas aeronaves enviadas pelo governo federal chegaram à região para ajudar nos trabalhos de combate ao fogo, que já não é possível ser feito por terra. 

"Nas localidades onde os focos foram extintos, o monitoramento constante continua, tanto por meio de drones como por imagens de satélite na Sala de Situação, em Campo Grande", informou a Comunicação do Governo do Estado.

De acordo com dados do programa Alerta Pantanal!, nos últimos sete dias foram queimados 56.780 hectares.

E, nesse final de semana, as chamas atingiram a vegetação que margeia a BR 262, principal acesso à região pantaneira.  Bombeiros foram deslocados para a região, após as chamas passarem de um lado para outro da rodovia, colocando em risco o tráfego na região. Além do fogo e da fumaça, árvores queimando caíram sobre um trecho da BR. Felizmente, não houve registro de acidentes com veículo.  

Todas as ações são coordenadas pelo Sistema de Comando de Incidentes (SCI ), que organiza e passa as orientações para atuação no campo e para as aeronaves. Além de imagens de satélite, drones são usados para identificar os focos de incêndios.

Conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a área queimada neste ano no bioma já chegou a 627 mil hectares hectares, sendo a maior área localizada no pantanal sul-mato-grossense.

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