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AGROPECUÁRIA

MS é destaque nacional na produção de carne bovina, aponta anuário da Embrapa

Uso de pastagens tecnológicas e práticas sustentáveis impulsiona pecuária sul-mato-grossense e reforça protagonismo nacional

Uso de pastagens tecnológicas e práticas sustentáveis impulsiona pecuária sul-mato-grossense e reforça protagonismo nacional - Foto: Reprodução/Governo de MS
Uso de pastagens tecnológicas e práticas sustentáveis impulsiona pecuária sul-mato-grossense e reforça protagonismo nacional - Foto: Reprodução/Governo de MS

Com mais de 3,3 milhões de animais abatidos em 2023, o Mato Grosso do Sul segue consolidado como um dos principais estados na cadeia produtiva da carne bovina no Brasil.

Os dados constam no Anuário CiCarne 2024–2025, divulgado pela Embrapa Gado de Corte, sediada em Campo Grande, e confirmam a força da pecuária sul-mato-grossense no cenário nacional.

O estudo aponta que o estado ocupa a 4ª posição entre os maiores abatedores de gado do país, ficando atrás apenas de Mato Grosso, Goiás e São Paulo. Juntas, as unidades da federação do Centro-Oeste — região que concentra mais de 30% da produção bovina nacional — reafirmam sua liderança na pecuária de corte.

Além do volume de abates, a publicação destaca que Mato Grosso do Sul integra o grupo dos maiores exportadores de carne bovina do país. Em 2023, o Brasil exportou 2,29 milhões de toneladas do produto, movimentando mais de US$ 10,5 bilhões, com a China como principal destino.

A produção estadual tem papel relevante nesse desempenho, contribuindo diretamente para a balança comercial e geração de empregos no setor.

Crescimento sustentável e tecnologia

O anuário também aponta tendências importantes para os próximos anos. O Brasil, segundo o levantamento, deverá ampliar sua produção de carne bovina em 10,17% até 2034, atingindo 11,2 milhões de toneladas.

A exportação também deve crescer, passando a representar 40% da produção nacional.

Em MS, o uso de tecnologias para intensificação sustentável tem ganhado força. Destaque para o uso de pastagens mais produtivas e resistentes, como as braquiárias BRS Piatã e ruziziensis, que registraram crescimento de área plantada superior a 150% nos últimos anos.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas são ferramentas que devem impulsionar ainda mais essa transformação.

Genética e exportação

Outro dado relevante diz respeito ao mercado de genética bovina. Embora tenha havido leve retração no consumo interno de sêmen para corte em 2024, Mato Grosso do Sul mantém papel importante no fornecimento de genética para outros países da América do Sul, como Paraguai e Bolívia.

As exportações de doses de sêmen cresceram mais de 28% no primeiro semestre de 2024.

Desafios e perspectivas

Apesar dos avanços, o estudo aponta que ainda há desafios a serem enfrentados, como a qualificação de pequenos produtores e a adoção de tecnologias nas propriedades de menor escala.

O investimento em inovação, sustentabilidade e rastreabilidade são apontados como caminhos para que o Brasil — e, por consequência, MS — mantenha e amplie sua competitividade no mercado global.

O Anuário CiCarne é elaborado por pesquisadores da Embrapa Gado de Corte, Paulo Henrique Biscola e Guilherme Malafaia, e serve como base estratégica para gestores públicos e privados do setor.