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MS é destaque no combate à tuberculose em presídios e se torna referência nacional

Projeto inovador realizou mais de 13 mil atendimentos e detectou centenas de casos da doença em unidades prisionais da Capital

Projeto inovador realizou mais de 13 mil atendimentos e detectou centenas de casos da doença em unidades prisionais da Capital
Projeto inovador realizou mais de 13 mil atendimentos e detectou centenas de casos da doença em unidades prisionais da Capital | Foto: Divulgação/Agepen

Mato Grosso do Sul tem se destacado no enfrentamento à tuberculose dentro das unidades prisionais. Nos últimos dois anos, um projeto que alia governo e instituições de pesquisa realizou mais de 13 mil atendimentos a pessoas privadas de liberdade em Campo Grande, detectando 473 casos da doença e promovendo o tratamento adequado.

A iniciativa, “Estratégias de Controle da Tuberculose nas prisões”, tem sido apontada como modelo para o restante do país.

O programa busca identificar casos precoces e rastrear contatos, medidas essenciais para reduzir a transmissão da doença. Em funcionamento há mais de uma década, o trabalho é fruto da colaboração entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Secretaria Estadual de Saúde (SES), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e instituições internacionais, como a Universidade de Stanford.

As triagens ocorrem logo na entrada dos internos nas unidades penais e são repetidas a cada quatro meses, mesmo sem sintomas aparentes. O método inclui preenchimento de questionários, coleta de escarro e exames de raio-X. Além disso, o uso de equipamentos móveis permite ampliar os atendimentos em diferentes locais, otimizando os recursos e eliminando a necessidade de deslocamentos frequentes.

De acordo com a médica infectologista, Mariana Croda, que coordena o projeto junto com outros profissionais de saúde, a abordagem não apenas beneficia a população carcerária, mas também reduz a transmissão para a comunidade.

“A detecção precoce é fundamental para conter o avanço da tuberculose, especialmente em um ambiente tão propício à sua disseminação”, explicou.

O impacto da iniciativa tem atraído a atenção de gestores de outros estados, que visitam Mato Grosso do Sul para conhecer as ações. Segundo dados da Fiocruz, o encarceramento é o principal fator de risco para a tuberculose na América Latina, o que reforça a necessidade de cuidados específicos com esta população.

Além do rastreamento e tratamento, o projeto aposta em medidas educativas. Está em desenvolvimento um comitê comunitário que envolve os próprios internos, com o objetivo de capacitá-los sobre prevenção e tratamento da doença.

Essa abordagem complementar já foi aplicada a profissionais de saúde e agora será estendida aos reeducandos.

A chefe da Divisão de Assistência à Saúde Prisional da Agepen, Rita Luciana Domingues da Silva, destacou que o controle da tuberculose é uma questão de saúde pública e de direitos humanos.

“Garantir tratamento adequado demonstra o compromisso com a dignidade e o bem-estar de todas as pessoas”, afirmou.

Atualmente, o projeto está ativo em unidades penais do Complexo do Jardim Noroeste, do Complexo das Gameleiras, do Patronato Penitenciário de Campo Grande e de outras regiões.

*Com informações da Agepen

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