
Mato Grosso do Sul atravessa um período de estiagem que tende a se agravar, segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec). Em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o levantamento revela que 2024 registrou chuvas abaixo da média histórica na maior parte do estado, com temperaturas elevadas e um pico de incêndios florestais que marcaram o ano como o mais quente em três décadas.
O Cemtec aponta que a média anual de temperatura em Mato Grosso do Sul, historicamente em 24,5°C, saltou para 26,1°C em 2024 – o maior valor dos últimos 31 anos. Janeiro e fevereiro foram os meses mais críticos, com secas intensas, calor extremo e focos de fogo em alta. A previsão para os próximos meses, entre abril e junho, não traz alívio: as chuvas devem continuar escassas, e as altas temperaturas podem ampliar o risco de queimadas.
Chuvas Irregulares pelo Estado
Os números mostram um cenário desigual. Em janeiro de 2024, o extremo sul, norte, leste e nordeste acumularam entre 90 e 180 milímetros de chuva, enquanto as regiões central e sudeste ficaram de 25% a 50% abaixo do esperado, com registros entre 0 e 120 milímetros – uma baixa histórica. Já o noroeste, norte e nordeste surpreenderam com volumes acima da média, entre 120 e 200 milímetros.
Alguns municípios das regiões pantaneira, sudoeste e norte tiveram chuvas acima da média, entre 90 e 180 milímetros, mas o centro, leste e sudeste amargaram índices 25% a 50% menores que o normal, variando de 30 a 90 milímetros.
Em 2025, o mês de fevereiro trouxe alívio parcial ao centro e norte, com acumulados de 120 a 180 milímetros, enquanto o Pantanal, sul e sudeste ficaram entre 30 e 120 milímetros, novamente abaixo da média histórica.
Impactos e Perspectivas
A combinação de calor recorde e chuvas insuficientes já deixou marcas em 2024, com o aumento de incêndios florestais e desafios para a agricultura e o abastecimento de água. Para os próximos meses, o Cemtec alerta que a estiagem deve se intensificar, exigindo atenção redobrada das autoridades e da população.