No Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março, Mato Grosso do Sul chama atenção para a relação direta entre saneamento básico e saúde pública. Segundo levantamento recente do Instituto Trata Brasil, em 2024 o estado registrou 5.570 internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, com destaque para doenças de transmissão feco-oral, como diarreias e infecções intestinais, responsáveis por 2.521 casos.
Comparado à média nacional, Mato Grosso do Sul apresenta uma taxa de 19,2 casos a cada dez mil habitantes, superando a média brasileira que é de 16,2 casos a cada dez mil habitantes.
Apesar disso, o estado não está entre os líderes nacionais em internações por doenças relacionadas ao saneamento, sendo que o Distrito Federal, por exemplo, lidera com 36,2 casos por dez mil habitantes, seguido por Goiás, com 29,2 casos.
Entre 2022 e 2024, a concessionária responsável pelos serviços de saneamento em Campo Grande realizou uma grande expansão da rede de esgoto, beneficiando diretamente pelo menos 57,7 mil pessoas.
Cerca de 20,6 mil novas residências e estabelecimentos comerciais passaram a contar com conexão ao sistema. Só em 2024 foram implantados 210 quilômetros de tubulações, alcançando diversas regiões da capital, totalizando mais de três mil quilômetros de rede, com esgoto totalmente coletado e tratado.
O impacto positivo da expansão das redes de esgoto no estado é ilustrado por histórias como a de Lucimar Mendes, 52 anos, moradora do bairro Varandas do Campo, em Campo Grande.
Distante quase 30 km do centro, a chegada recente do esgoto já trouxe melhorias para a saúde de sua família.
Lucimar conta que, antes da instalação da rede, sofria com problemas constantes de saúde na família devido ao contato com água contaminada. “Dor de barriga, coceira no corpo, frieira no pé, meu neto pegou porque a água voltava onde ele lavava louça e ele não ‘tava’ nem aí, pisava naquela água. Minha neta mesmo, uma vez quase morreu, tanta ferida que deu no corpo dela”, relata.
Desde que a rede chegou ao bairro e foi conectada à sua casa, essas ocorrências desapareceram. “Agora a gente fica em paz, porque a pele da minha netinha é muito sensível. Depois que colocou o esgoto aqui, nunca mais deu nada nela”, comemora Lucimar.