Amigos, colegas de trabalho e conhecidos destacaram a sensibilidade e a importância do três-lagoense Roberto Figueiredo para a cultura de Mato Grosso do Sul. O sepultamento do corpo do professor universitário e ex-superintendente de Cultura de Campo Grande foi realizado na manhã deste sábado (14), no Cemitério Jardim das Palmeiras, na região norte da capital.
O jornalista e amigo próximo Sérgio Carvalho afirma que Beto deixa um legado na formação de profissionais, artistas e produtores culturais. Segundo ele, não se pode falar da arte e da formação cultural de Mato Grosso do Sul sem mencionar Roberto Figueiredo.
“A importância do Roberto no contexto artístico, e aí nem vamos falar do contexto educacional, é singular em Mato Grosso do Sul. Roberto tem a importância de ter sido um produtor da arte em Mato Grosso do Sul, e foi o trabalho dele que contribuiu significativamente para a formação cultural do estado. O Roberto também era um ativista da arte, aquele que defendia a arte do estado. Por meio do trabalho dele, Campo Grande e MS assistiram a importantes festivais na área do teatro, por exemplo“, disse o amigo.
Após a morte de Roberto, a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), onde Roberto Figueiredo atuou como professor desde 1985, emitiu uma nota de pesar lamentando o falecimento e destacou a trajetória do docente. O velório foi realizado na paróquia da universidade, e o padre e também professor da UCDB, Adriano Stevanelli, falou sobre o trabalho realizado por Beto.
“Temos a honra de ter tido no nosso time o professor Roberto, que agora nos deixou. É claro que estamos bastante abalados, sobretudo pelo modo como as coisas aconteceram, mas ele deixa, de fato, um legado. Isso significa que o trabalho dele como professor, como mestre, deixa marcas em algumas gerações, porque o professor Roberto já estava há quase 40 anos na UCDB. Cada canto da universidade tem um pouco desse professor, que tinha na cultura e na arte o seu modo de vida. Ele era um artista no sentido pleno da palavra e muito querido por todos, como podemos ouvir nos relatos de quem o conhecia“, contou o padre.
Presente no sepultamento nesta manhã, o diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Mendes, também destacou a contribuição e a notoriedade de Beto no setor cultural do estado.
“O Beto era a resistência da cultura, uma pessoa que está há mais de 40 anos envolvida em todos os segmentos da cultura: teatro, dança, muito envolvido também com patrimônio, nas questões não só do município, mas também do estado e da união. Na Fundação de Cultura, ele estava nos ajudando em mais de cinco projetos, e é muito triste deixá-lo agora, mas sabemos que ele deixa um legado“, afirmou Eduardo.
A vizinha e amiga próxima da família de Beto, Ivani Leite, despediu-se do amigo nesta manhã, muito emocionada.
“O Roberto foi a bênção da Coophasul. Lá ele conseguiu pegar todos aqueles adolescentes que viviam na rua e fazê-los estudar, ter uma carreira e ir para a faculdade. Ele levantou a vida de muita gente ali. […] Ele viveu a vida inteira pelos pais, irmãos e sobrinhos, sabe, não tenho o que falar. Meu coração está sangrando, é inadmissível saber o que fizeram com ele. A única coisa que eu tenho que pedir hoje é justiça“, disse Ivani.
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