Muito mais que aparência, a alteração na mandíbula pode comprometer a qualidade de vida e a saúde do paciente. Cerca de 12,5% da população que enfrenta o problema tem indicação para correção por meio de cirurgia. Uma das alternativas para o problema é a cirurgia ortognática. Em Mato Grosso do Sul, são realizadas cerca de 100 cirurgias do tipo por ano no estado.
Segundo a cirurgiã bucomaxilofacial Juliana Moreira, essa anomalia é mais comum do que se imagina.
“Tem muitos pacientes que evoluem com uma deformidade que a gente fala que é uma alteração do crescimento. Então, ou a mandíbula cresce pouco ou a maxila cresce pouco; a mandíbula pode crescer muito, e isso impacta diretamente na posição dos dentes, na posição dos lábios, na projeção desses maxilares, dos tecidos moles. Tem paciente que reclama porque tem papada, tem paciente que reclama porque é queixudo. […] Então, é muito importante entender que a nossa face não é só uma fachada, não é só um rostinho bonito ou feio, ela tem muitas funções, como a mastigação, a fala, e a respiração. Então, impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes”, resumiu a especialista.
Por estar relacionada ao desenvolvimento do corpo, a condição pode surgir ainda na infância.
“Na primeira infância, aos dois, três, quatro anos, quando começam a nascer os dentes. Quando todos os dentes de leite ainda estão na boca, já é possível perceber que em alguns pacientes os dentes nascem cruzados. Normalmente, esses pacientes são encaminhados para o ortodontista, que é o primeiro profissional a reconhecer muitas alterações do crescimento da face na infância”. Fatores genéticos e comportamentais, como o uso de chupeta e chupar o dedo, podem agravar a anomalia.
Durante a entrevista ao Jornal CBN Campo Grande, Juliana falou sobre o tratamento, o impacto emocional e os resultados pós-cirúrgicos de quem se submete à intervenção.