Um estudo técnico divulgado esta semana pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) revelou um retrato detalhado sobre a situação das águas subterrâneas em Mato Grosso do Sul.
O levantamento mostra quais regiões do estado possuem maior disponibilidade hídrica, qualidade da água e também onde os aquíferos estão mais vulneráveis à contaminação.
Entre os principais destaques está a abrangência do Aquífero Caiuá, que se estende do centro-sul até o norte do estado, cobrindo quase 120 mil km². Esse aquífero apresenta boa produtividade hídrica, com vazões que variam entre 10 e 25 mil litros por hora — podendo chegar a 50 mil litros em áreas próximas ao rio Paraná.
Já no Pantanal, onde predominam sedimentos mais argilosos e solos com baixa capacidade de infiltração, os aquíferos são mais rasos e apresentam baixa produtividade.
Mesmo assim, esses reservatórios cumprem uma função importante: ajudam a manter os rios com água durante o período de seca.
O mapa também traz dados sobre a qualidade da água dos poços cadastrados. Em regiões como o norte do estado, por exemplo, a condutividade elétrica é baixa, indicando águas pouco mineralizadas — o que é positivo para o consumo humano.
Por outro lado, há alerta para áreas urbanas onde há risco de contaminação por falta de proteção adequada nos poços, especialmente em regiões próximas a fossas e outras fontes poluentes.
Outro ponto de atenção está relacionado à vulnerabilidade natural à contaminação dos aquíferos. Regiões como o Pantanal e áreas com solos mais porosos aparecem no mapa com alta vulnerabilidade.
Isso significa que a água subterrânea nessas áreas está mais suscetível à infiltração de substâncias tóxicas ou esgoto não tratado.
A publicação do mapa faz parte do Projeto de Disponibilidade Hídrica do Brasil e tem como objetivo auxiliar na gestão dos recursos hídricos subterrâneos. O documento também considera informações sobre uso de poços, infiltração do solo, potencialidade dos aquíferos, além de dados de transmissividade e profundidade.