O número de focos de incêndio no Pantanal em 2023 já é 33% maior do que em 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os dados do INPE revelam que até o dia 24 de outubro, foram registrados 1.635 focos nos dois estados que compreendem o bioma, o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul.
No ano passado, nesse mesmo período foram 1.189 registros. O Ibama está com equipes de combate às queimadas espalhadas por diversas áreas do pantanal, conforme explica o coordenador estadual do PrevFogo, Márcio Yule. "O Ibama está atuando em três frentes no Pantanal. Além das brigadas indígenas que são de municípios pantaneiros, estamos em uma operação de combate na terra indígena Kadiwéu, com apoio de brigadistas do estado de Goiás. Estamos atuando na Serra da Bodoquena também, em parceria com o Instituto Homem Pantaneiro, e também no Porto Jofre (MT). Nós estamos trabalhando na contenção dos focos e nas ações de monitoramento", frisou o Márcio.
Apesar do aumento de focos, o total de queimadas na região em 2023, ainda é um dos menores em 24 anos, desde que o programa Queimadas do INPE, começou a registrar os números. 2022 foi o ano que teve o segundo menor focos de incêndio, ficando atrás apenas do ano de 2014.
O reforço nos trabalhos de prevenção, com o treinamento de novas brigadas e o uso de novas tecnologias, aliadas ao resultado de pesquisas, e investimentos em equipamentos, foram fundamentais para a redução dos focos até agora.
O que procupa o Ibama neste ano é a estiagem prolongada, uma das consequências do fenômeno El Niño. 81% das queimadas no pantanal ocorreram nos últimos três meses.
"Preocupa porque estamos atrevassando um período crítico ainda, que se estendeu de agosto até outubro. Setembro houve uma grande onda de calor, e agora nesse final do mês de outubro estamos enfrentando uma massa de ar quente bastante substancial, com aumento de temperatura e dimunição da umidade relativa do ar, isso faz com que altere o comportamento do fogo, aumentando os focos de calor", frisou o coordenador.