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O troco do PSDB

Os tucanos perdem a prefeitura da Capital mas implodem com a candidatura do PP na disputa pelo comando da Câmara

Papy, vereador reeleito em outubro, se filiou ao PSDB em março deste ano
Papy, vereador reeleito em outubro, se filiou ao PSDB em março deste ano | Foto: Divulgação/CMCG

O PSDB foi tratorado nas urnas, não passando para o segundo turno na disputa pela Prefeitura de Campo Grande. Mas não entregou os pontos. O troco pode vir depois de amanhã (dia 1º de janeiro) com a eleição da presidência da Câmara Municipal, que envolveu até o governador Eduardo Riedel (PSDB) para dar musculatura a candidatura do vereador Papy (PSDB).

Não era esse o desejo da prefeita Adriane Lopes (PP). Ela se envolveu pessoalmente no início das articulações para viabilizar o seu candidato, vereador Beto Avelar ou de qualquer outro vereador, desde que fosse do PP. Mas esbarrou na resistência até de aliados para conquistar o comando da Câmara Municipal.

Como estava difícil insistir na candidatura de Avelar, a prefeita recuou das articulações e depois disse que não se envolveu no processo eleitoral da presidência do Legislativo.
Já o vereador Carlão (PSB), que preside a Câmara até amanhã, teve papel fundamental para esvaziar a candidatura de Avelar. Ele largava o telefone para convencer os novatos a votarem em Papy. A prefeita, também, tentou arregimentar votos para Avelar. Mas não conseguiu.

Os vereadores aliados do PSDB, no primeiro turno da disputa pela prefeitura, foram convencidos a não deixar o comando da Câmara para evitar a concentração de poder nas mãos da Adriane e do PP.

O peso da derrota na disputa pela prefeitura mexeu com ego da cúpula do PSDB. O ex-governador Reinaldo Azambuja, chefão do partido, foi outro que conversou com vários vereadores para orientá-los a barrar a eleição de um vereador do PP.

A estratégia até o momento está dando certo. Papy conversou ontem com Avelar para tratar da formação de chapa de consenso. O PP ficaria com a segunda vice-presidência na composição da chapa.

O partido queria a primeira secretaria. Esse cargo está destinado ao Carlão.
Papy só não tinha conversado ainda com a prefeita Adriane Lopes. Mas está disposto a se reunir com ela para expor o seu propósito de não atrapalhar a administração da prefeitura.

Como a eleição será depois de amanhã, Papy não acredita em reviravolta, porque a sua base de aliados está bem firmada e não acredita mais em disputa. Para os vereadores mais antigos, seria um “suicídio político” de Avelar partir para o enfrentamento. A sua derrota seria colocada na conta da Adriane Lopes.