O PSDB foi tratorado nas urnas, não passando para o segundo turno na disputa pela Prefeitura de Campo Grande. Mas não entregou os pontos. O troco pode vir depois de amanhã (dia 1º de janeiro) com a eleição da presidência da Câmara Municipal, que envolveu até o governador Eduardo Riedel (PSDB) para dar musculatura a candidatura do vereador Papy (PSDB).
Não era esse o desejo da prefeita Adriane Lopes (PP). Ela se envolveu pessoalmente no início das articulações para viabilizar o seu candidato, vereador Beto Avelar ou de qualquer outro vereador, desde que fosse do PP. Mas esbarrou na resistência até de aliados para conquistar o comando da Câmara Municipal.
Como estava difícil insistir na candidatura de Avelar, a prefeita recuou das articulações e depois disse que não se envolveu no processo eleitoral da presidência do Legislativo.
Já o vereador Carlão (PSB), que preside a Câmara até amanhã, teve papel fundamental para esvaziar a candidatura de Avelar. Ele largava o telefone para convencer os novatos a votarem em Papy. A prefeita, também, tentou arregimentar votos para Avelar. Mas não conseguiu.
Os vereadores aliados do PSDB, no primeiro turno da disputa pela prefeitura, foram convencidos a não deixar o comando da Câmara para evitar a concentração de poder nas mãos da Adriane e do PP.
O peso da derrota na disputa pela prefeitura mexeu com ego da cúpula do PSDB. O ex-governador Reinaldo Azambuja, chefão do partido, foi outro que conversou com vários vereadores para orientá-los a barrar a eleição de um vereador do PP.
A estratégia até o momento está dando certo. Papy conversou ontem com Avelar para tratar da formação de chapa de consenso. O PP ficaria com a segunda vice-presidência na composição da chapa.
O partido queria a primeira secretaria. Esse cargo está destinado ao Carlão.
Papy só não tinha conversado ainda com a prefeita Adriane Lopes. Mas está disposto a se reunir com ela para expor o seu propósito de não atrapalhar a administração da prefeitura.
Como a eleição será depois de amanhã, Papy não acredita em reviravolta, porque a sua base de aliados está bem firmada e não acredita mais em disputa. Para os vereadores mais antigos, seria um “suicídio político” de Avelar partir para o enfrentamento. A sua derrota seria colocada na conta da Adriane Lopes.