A Operação "Last Chat" do Ministério Público de Mato Grosso do Sul pretende inibir a atuação de uma organização criminosa altamente estruturada que opera no tráfico de drogas em cinco estado do Brasil. Foram cumpridos 55 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em Campo Grande/MS, Ponta Porã/MS, São Paulo/SP e Fortaleza/CE.
Organização opera no tráfico desde o interior dos presídios, contando com uma rede sofisticada de distribuição e vários integrantes e apoiadores, entre os quais: policial militar, servidor público municipal e três advogados.
Simultaneamente ao tráfico de drogas, a organização atua no comércio ilegal de armas de grosso calibre, como fuzis e submetralhadoras, além de granadas, munições, acessórios e outros materiais bélicos de uso restrito, bem como na lavagem do dinheiro relacionado aos crimes, para a qual se utiliza de diferentes métodos, como a constituição de empresa fictícia, uso de contas bancárias de terceiros, aquisição de veículos de alto valor econômico em nome de terceiros (Porsche, caminhões etc.), entre outros.
As atividades do grupo criminoso são coordenadas por Rafael da Silva Lemos, conhecido como “Gazela” e/ou “Patrão”, contra quem pesam condenações criminais que somam mais de 49 anos de prisão. Para liderar o esquema criminoso, Rafael usava aparelhos celulares e entrevistas reservadas com advogados, que repassavam os comandos criminosos aos demais integrantes.
As investigações tiveram início a partir da análise de aparelho celular apreendido em posse de uma advogada presa durante a Operação Courrier, a quem o líder contatava por mensagens para a prática de obstrução de investigações, lavagem de dinheiro, corrupções, e outros crimes.
No transcorrer dos trabalhos, foi possível identificar mais de 4 toneladas de maconha, mais de 3 mil comprimidos de ecstasy, centenas de munições e carregadores de fuzil de calibre 762 e pistolas calibre 9mm, pertencentes à organização criminosa, apreendidos em ações policiais.
De acordo com levantamento realizado pelo GAECO, as apreensões geraram um prejuízo superior a R$ 9 milhões para a organização.
Operação Last Chat
Equipes dos GAECOs do Ministério Público dos Estados do Ceará e de São Paulo, da Diretoria de Inteligência e do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Gerência de Inteligência Penitenciária da AGEPEN/MS, além da Assessoria Militar do MPMS, prestaram apoio operacional ao GAECO/MPMS. A operação também contou com a participação da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil.
No final do ano passado (27/12), Rafael da Silva Lemos fugiu do Estabelecimento Penal Masculino de Regime Semiaberto e Aberto de Dourados (EPMRSA-D), durante deslocamento para consulta médica, e permanece procurado pela Justiça.
Informações sobre o paradeiro do foragido podem ser comunicadas à Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Os telefones são: 127 e 0800-999-2030 ou pela internet: mpms.mp.br/ouvidoria.
Last Chat, "último bate-papo", faz referência ao esperado encerramento do contato entre os integrantes presos e os demais membros da organização, a partir da atuação policial.