Um dia que era para ser de competição entre acadêmicos terminou com um episódio de homofobia. Durante a manhã do último sábado (21), as atléticas de Comunicação e Fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul disputavam uma partida de futsal pelo Intercalouros, no parque Ayrton Sena, em Campo Grande. O acadêmico de jornalismo (que pediu para não ser identificado) disse a CBN que durante o jogo, dez pessoas estavam fora da quadra e torcendo para o time de Fisioterapia e uma delas gritou uma frase homofóbica.
“O jogo já estava no segundo tempo e eu estava marcando o pivô deles. Estávamos nos empurrando, contato normal do jogo e havia um grupo de 10 pessoas na minha esquerda, fora da quadra, que estavam torcendo pelo time adversário e gritando contra alguns jogadores da nossa equipe, mas até aí, normal, é torcida. Até o momento que uma menina gritou pra mim ‘tira a mão dele caralho, sua bichinha’”.
O acadêmico disse que no momento não fez nada e que esperou a partida terminar para contar ao presidente da atlética de Comunicação o que tinha acontecido e que o mesmo foi até a mesa de jogo relatar o caso. Os organizadores decidiram esperar e disseram que caso voltasse a acontecer, o time de Fisioterapia seria desclassificado.
Em nota, a atlética de Fisioterapia disse que as palavras ofensivas teriam vindo de uma menina que não era do curso e nem da diretoria, mas que estava acompanhando o jogo e torcendo por eles. A atlética ainda disse que repudia qualquer tipo de preconceito e que estão a disposição da vítima caso precise localizar a pessoa que estava ofendendo.
A Atlética de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul também publicou uma nota de repúdio e disse à CBN que a situação está sendo apurada.
A CBN Campo Grande entrou em contato com a UFMS, mas até o fechamento desta matéria não recebemos resposta.
Homofobia é crime
Em 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que declarações homofóbicas podem ser enquadradas no crime de racismo e a pena varia de 1 a 3 anos, podendo chegar a 5 anos em casos mais graves.
Atlética de Educação Física responde
À CBN, a presidente da atlética de Educação Física e organizadora do evento, Rafaela, disse na tarde desta segunda-feira (23) que durante o dia do jogo, eles esperaram a posição do representante da atlética de Comunicação, mas não tiveram e por isso a situação não foi resolvida.