A partir de hoje (1), os usuários do transporte coletivo em Campo Grande pagarão R$ 4,65 na passagem, um aumento de 5,6%. O sentimento mútuo dos passageiros é de indignação e de aumento injustificável. “Não tem como a gente pagar um valor desse com ônibus péssimos e quebrando”, comentou a diarista Antônia Cevales.
O Consórcio Guaicurus, empresa que administra o transporte público da Capital, teve um lucro de R$ 68,5 milhões nos primeiros sete anos de concessão, de 2012 a 2019. E, alegando passar dificuldades para continuar oferecendo o serviço, o consórcio apresentou um estudo onde a tarifa técnica deveria ser de R$ 8,00.
De acordo com um laudo técnico pericial, realizado a pedido da Justiça, a frota de veículos entre 2016 e 2019 caiu de 593 para 552 ônibus. Isso afetou o cotidiano dos trabalhadores. Stephanny Norraine conta que a linha Cabreúva, que tem parada na Casa da Saúde, conta com apenas um ônibus que uma vez a cada hora. “Teve um dia que ele atrasou, cheguei na Casa da Saúde e avisaram que não dariam mais a senha no dia. Não consegui pegar remédio para meu irmão e gastei passe de ônibus”, comentou.
No mesmo dia em que foi publicado no Diário Oficial de Campo Grande a homologação do reajuste da tarifa do transporte coletivo, a Câmara Municipal de Campo Grande aprovou um aumento de 66% no salário da prefeita, Adriane Lopes (Patriota), passando de R$ 21 mil para R$ 35 mil. Esse foi outro motivo de reclamação dos usuários.
“Isso daí é ridículo. Ela tem que vir aqui e andar de ônibus pra ver o que a gente passa todos os dias. Só decepção”, ponderou o repositor de mercado, Lucas da Silva Ramos.