Comumente ouvimos sobre o não consumo de carne na semana santa, mas de onde surgiu este costume? O historiador Américo Calheiros esclarece, está é uma tradição forte da religião católica.
“Havia essa dieta, que era de uma semana antes, não comer carne como um respeito ao sacrifício que Jesus Cristo fez, pela sua crucificação. Então era como se você fosse também se privar de alguma coisa, considerando que Jesus se privou de tudo em prol da humanidade, inclusive da sua própria vida. É esse o espírito de não comer carne, e na verdade também não era só carne, não se comia carne e as pessoas faziam um jejum praticamente de quase tudo. Se comia, era o mínimo”, explicou o historiado.
Nos dias de hoje, várias pessoas ainda mantêm esse costume. Na casa de Fânia Rodrigues é assim, a família toda faz abstenção de carne nas refeições e jejuns diários.
“Então a minha Semana Santa é assim, com muita devoção e muito respeito a Jesus. Antigamente não se comia nem ovo, mas agora está liberado. Eu e minha família não comemos com exceção da minha filha caçula que tem 8 anos, ela sim come. Mas eu e minha família não comemos carne. E a gente também tem um momento, que é o momento que Jesus morreu na cruz, que são às três horas da tarde e nós temos uma celebração na nossa igreja”, disse Fânia.
Preparando-se para o aumento nas vendas, Fernando Moura, proprietário de uma peixaria no centro da Capital, explica que o movimento já cresceu, e a previsão é de que os preços se mantenham.
“O preço está o mesmo de antes da quaresma, como a gente não teve reajuste do nosso fornecedor, a gente manteve os mesmos preços, inclusive alguns até baixaram, por exemplo a piramutaba, que baixamos de R$19,90 para R$16,90. Mas o que o pessoal mais compra aqui na cidade é pacu, costelinha de pacu e filé de tilápia, que esses aí já têm uns seis meses que está congelado o preço, não sobe nem desce. A gente fez um planejamento aí de compra, pra que a gente consiga atender mais gente com o mesmo preço, mas sempre acaba, a gente tem que comprar de última hora, então provavelmente vai subir um ou outro produto, mas é coisa de R$1,00, R$2,00 no máximo, mas no geral os preços vão se manter os mesmos”, afirmou o comerciante.
A pesquisa de intenção de compras para a páscoa, feita pela Federação do Comércio de Bens, de Serviços e de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fecomércio-MS), revelou que as famílias devem gastar em média R$ 205 reais nas comemorações, os gastos serão principalmente com alimentos para a data como explica a economista da instituição Regiane Oliveira.
“65,90% das pessoas irão comprar peixe. O preferido da população sul-mato-grossense é o pacu com 44%, seguido da tilápia com 32%, pintado com 23% e o bacalhau na sequência com 10%. Então, o comerciante que trabalha com esse tipo de produto, ele pode esperar por esse consumidor, considerando esse valor médio a ser gasto, porque as pessoas pretendem comemorar a Páscoa. Em torno de 60% dos consumidores querem comemorar a Páscoa. Para ser mais precisa, 61% dos consumidores sul-mato-grossense querem comemorar esse período de Páscoa. É um período de confraternização entre as famílias, entre os amigos e é um período muito oportuno para o comerciante que trabalha com esses produtos vender para este consumidor", concluiu a economista.