Nas ruas de Campo Grande e Três Lagoas, duas das 15 maiores cidades do estado que participaram da pesquisa, a maioria dos eleitores confirma a importância de ir às urnas escolher os representantes no Executivo e Legislativo. O eleitor se mostra cada vez mais consciente e, quando questionada se já tem algum candidato para votar em outubro, a maioria revela que ainda não definiu essa escolha porque sabe que um voto faz a diferença e que precisa analisar o político.
"Eu levo em conta o histórico do candidato desde antes dele entrar para a política e o que ele pode fazer pelo país, pela cidade e pelo estado se ele for eleito", comenta a vendedora Lorena Loureiro, de 19 anos. O estudante Welington Costa, também disse que vai votar em outubro e que, inclusive, se arrepende da escolha feita em 2018. "Eu lembro em quem eu votei nas últimas eleições e me arrependo muito de algumas escolhas, mas a eleição já está aí nesse ano e pretendo mudar isso", afirma.
Os dados do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) divulgados com exclusividade pela CBN, mostram que mais de 70% das pessoas ouvidas têm certeza de que vão votar nas eleições de outubro. Outros 20% disseram que provavelmente vão votar, 3% não pretendem votar e menos de 25% dos entrevistados não vão às urnas. A pesquisa ouviu 378 pessoas nas 15 maiores cidades de Mato Grosso do Sul entre dos dias 23 e 25 de março deste ano. A margem de erro é de 5,5% com intervalo de confiança de 95%.
Quando questionadas se já têm candidato para presidente da república, o resultado foi empate técnico. Das pessoas ouvidas, 47% já definiram o candidato e 48% disseram não ter candidato ainda. Pouco mais de 4% não sabem ou não quiseram responder.
Já sobre o candidato ao governo do estado, quase 25% dos entrevistados disseram que já sabem em quem votar. Mas a maioria, quase 70% dos entrevistados, ainda não definiu o candidato. O índice de indecisos ou que não quiseram responder à pergunta foi de quase 6%.
O servidor público, Assis Vicente, conta que vota há muito tempo e que acha importante acompanhar os trabalhos. "Faz mais de 40 anos que acompanho os trabalhos dos políticos que eu voto, tanto no Executivo como no Legislativo, e sei da importância de fazer isso. Todo mundo tem que fazer", alerta.
O professor de ciências sociais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Daniel Miranda, reforça a importância de o eleitor participar de todo o processo, desde a eleição até o mandato do político. "Quanto mais os eleitores forem vigilantes em relação às lideranças políticas é menor a probabilidade dessas pessoas tomarem decisões que vão contrariar os próprios interesses. Então, se a gente pensar que o nosso voto não faz diferença, por ser só um, e se todo mundo pensar assim também e ninguém votar, não vai resolver nada", ressalta o professor.