As queimadas registradas em Mato Grosso do Sul nesses últimos meses têm impacto direto na qualidade do ar no estado. O Insituto de Física da Universidade Federal (UFMS), por meio do Observatório Meteorológico, emitiu alerta para os níveis de poluição que estão sendo registrados nesta época do ano.
Neste ano, principalmente, com a antecipação da estiagem e das altas temperaturas, o risco de problemas respiratórios na população é ainda maior. Neste inverno, grande parte dos dias teve termômetros perto dos 40 graus e umidade relativa do ar abaixo dos 30%.
O doutor em Geofísica Espacial da UFMS, Hamilton Germano Pavão, destaca a necessidade do poder público implantar uma política de prevenção e controle das consequências das anomalias climáticas. "É importante que se tenha uma política de implementação de equipamento, de monitoramento de qualidade do ar", destacou o físico citando a presença de gases no ar que impactam na saúde da população.
"Quando você tem queimada, principalmente, você produz óxido de nitrogênio e, consequentemente, produz ozônio. Então, aumenta a concentração de ozônio aqui embaixo. E assim, em determinadas concentrações, ele é um gás tóxico […] se faz urgente os órgãos estaduais, as autoridades olharem para esse tipo de monitoramento para auxiliar nas ações de governo".
Pavão também citou que o Instituto de Física da universidade está buscando parcerias para ampliar o atual monitoramento realizado para medir a qualidade do ar no estado e detectar partículas e gases que, em certa concentração, podem ser nocivos ao ser humano, aos animais e às plantas, como o ozônio.
"A 35 quilômetros de altura, a concentração do ozônio é máxima, então forma a camada de ozônio, que protege a Terra dos raios nocivos do sol. Aqui embaixo, nós também temos ozônio, só que em pouca concentração, felizmente, porque o ozônio é um gás tóxico. E, quando você tem queimada, você produz óxido de nitrogênio e, consequentemente, produz ozônio e aumenta a concentração aqui embaixo e, em determinadas concentrações, ele é um gás tóxico", alertou o professor durante entrevista à Rádio CBN Campo Grande, nesta quarta-feira (28).
Clique abaixo e acompanhe a entrevista na íntegra:
Veja os registros realizados pelo Instituto de Física na UFMS, nas últimas semanas: