A operação denominada Geminus da Polícia Federal que foi deflagrada na manhã desta terça-feira (07) apreendeu bens estimados em R$ 50 milhões que podem ser oriundos do tráfico de drogas. Além das apreensões, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão em Dourados, um em Maracaju e dois em Deodápolis, além de busca e apreensão sendo nove em Dourados, dois em Ponta Porã, dois em Maracaju e quatro em Deodápolis.
Segundo informações policias, a investigação apurou que organização criminosa, comandada por núcleo familiar estabelecido nos municípios de Deodápolis e Viamão (RS), utilizava o agronegócio e outras atividades econômicas formais como fachada para ocultar os valores obtidos com o tráfico internacional de drogas, principalmente de cocaína.
O grupo, segundo a Polícia Federal, transportava a droga oculta em caminhões, que saiam da fronteira do Mato Grosso do Sul, para uma propriedade rural no em Viamão, de onde era distribuída para traficantes locais do estado gaúcho, principalmente das regiões de Porto Alegre e Vale dos Sinos. Durante as investigações, iniciadas em agosto de 2019, a Polícia Federal apurou que a organização criminosa movimentou 5 toneladas de cocaína em um ano.
Residência no Jardim Mônaco é um dos alvos da PF – Foto: Osvaldo Duarte
Os valores obtidos com as atividades eram inseridos na economia formal através de simulação de prestação de serviço de transporte, declaração de produção de grãos inexistente, atividade pecuária na região de Deodápolis, empresa de locação de máquinas e equipamentos para a construção e outras aquisições de bens móveis e imóveis em nome de terceiros, mais conhecidos como laranjas.
Foram executadas ordens judiciais para o sequestro de 52 imóveis e de 70 veículos, entre automóveis, jet skis, caminhões, carretas e tratores, e o bloqueio de valores em contas bancárias de 33 pessoas físicas e jurídicas envolvidas. Os bens estão estimados em R$ 50 milhões. Os crimes investigados na Operação Geminus são tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Operação Geminus
A operação foi denominada Geminus, pois dois integrantes do alto escalão da organização investigada são irmãos gêmeos idênticos, sendo que um deles gerencia os negócios ilícitos no Rio Grande do Sul e o outro no Mato Grosso do Sul.
Preso na fazenda
O dono da transportadora, identificado como Nelson Ormai, que participava do tráfico teria sido preso em uma fazenda. Segundo informações, a esposa de Nelson também é suspeita de participação em atos ilícitos.
O agronegócio e outras atividades econômicas formais eram usados de “fachada” para ocultar os lucros do tráfico internacional de drogas, principalmente de cocaína.
Dinheiro Vivo
Durante a Operação Geminus, a Polícia Federal encontrou pelo menos R$ 10 milhões em dinheiro vivo em fazenda no município de Deodápolis que pertence a um dos investigados.
Na casa, os policiais utilizam marretas para quebrar paredes e piso atrás de esconderijo de dinheiro. Pelo menos R$ 60 mil já teriam sido encontrados na casa, mas as buscas continuam. Ainda na fazenda em Deodápolis, os policiais federais encontraram joias, armas e veículos de luxo.
A investigação apurou que organização criminosa, comandada por núcleo familiar, entre eles dois irmãos gêmeos um que comandava o esquema de tráfico em Deodápolis e outro no Rio Grande do Sul, utilizava o agronegócio e outras atividades econômicas formais como fachada para ocultar os valores obtidos com o tráfico.