Com cerca de 30 carros mobilizados para participar do desfile de 7 de setembro, em Campo Grande, a representação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS) não passou pela Rua 13 de Maio, neste sábado (07).
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Alexandre Barbosa, os policiais estavam prontos quando foram informados que não participariam do evento.
“Estavam todos lá preparados, quando disseram que não desfilariam. Nós, do sindicato, também . Quando soubemos desta proibição decidimos não desfilar em solidariedade à categoria. A Polícia Civil desfila todos os anos, mas este ano não”.
Mais cedo, o sindicato recomendou que o efetivo que participasse do desfile usasse máscara facial durante a apresentação. De acordo com o representante da categoria, a medida tinha como objetivo proteger a saúde dos policiais.
“Tanto pelo ar insalubre quanto pela transmissão de doenças, fizemos essa recomendação e acreditamos que houve retaliação”.
Logo após o desfile, o governador do estado, Eduardo Riedel disse que a decisão de não participar do evento foi uma decisão da categoria. “Foi uma decisão do delegado-geral, de participar ou não. Não foi uma determinação do governo. Não temos a menor ação nesse sentido. Estamos em um desfile de 7 de setembro, um ato oficial, de celebração da Independência do Brasil e eles decidiram não participar, nós respeitamos”.
De acordo com o presidente do Sinpol, na próxima terça-feira (10), o grupo tem um encontro com deputados estaduais para tratar das reivindicações da categoria. Na quinta-feira (05), o sindicato realizou uma mobilização que paralisou o atendimento da Polícia Civil durante 4 horas em todo o estado. A ação faz parte do movimento "Cumpra-se a Lei", iniciado na semana passada, e que tem o objetivo de pressionar o governo estadual a cumprir a promessa de valorização salarial da categoria e reconhecer a importância do trabalho dos policiais civis.
Durante a paralisação, foi mantido 30% do efetivo para os serviços essenciais, como atendimento a crianças, idosos e casos de flagrante delito.
Os policiais civis cobram o cumprimento da promessa do governo, assinada em uma carta de compromisso, de deixar o salário dos policiais civis entre os seis melhores do País.
“A categoria havia aceitado a proposta de receber o que é de direito em três parcelas, mais aumento do auxílio-alimentação, sendo que parte seria repassada até agosto e o restante, dividido em duas etapas nos próximos anos. Porém, o governo não cumpriu sua promessa e ainda ofertou incluir o auxílio-alimentação no salário, o que impactará em impostos, reduzindo nosso ganho salarial final”, explica Barbosa.
Sobre a alegação do Governo do Estado, de que não dispõe de recursos para atender o pedido do reajuste salarial da categoria, o Sinpol questiona que em maio deste ano o governo concedeu o benefício de auxílio saúde aos delegados de polícia de MS, de 5%, com previsão de gastos aos cofres públicos de quase R$ 11 milhões em 2025; além do benefício também ser concedido aos fiscais de renda do Estado, o que segundo o representante dos policiais civis acaba sendo contraditório e revela que o governo do Estado dispõe desses recursos, mas que acaba beneficiando apenas algumas categorias.