A maneira populista como o ex-prefeito Marquinhos Trad sempre tratou questões de elevado interesse público, em especial os relacionados a tarifa de serviços concedidos pelo município, que é o caso do transporte e do saneamento, se transformou em problema para a prefeita Adriane Lopes.
Esse foi o tema abordado nesta terça-feira (28) pelo jornalista Edir Viégas na coluna CBN em Pauta.
Segundo ele, “no mesmo instante em que enfrenta o seu primeiro grande desafio frente à gestão da prefeitura, que é a questão do risco de colapso no sistema de transporte coletivo, outra bomba-relógio deixada por Marquinhos Trad acaba de explodir no colo de Adriane Lopes: a decisão judicial que determinou o reajuste da tarifa da Águas Guariroba”.
No dia 29 de dezembro do ano passado, o então prefeito Marquinhos Trad editou o Decreto n.º 15.037/2021, que limitou em até 5% o reajuste de todos os serviços delegados ou sob concessão do município.
Nesse rol estão os serviços de transporte coletivo e de saneamento, além das tarifas no terminal rodoviário.
Para definir o reajuste tarifário anual previsto em contrato, a Agência Municipal de Regulação (Agereg) promoveu estudos que resultaram na definição da tarifa técnica, ou seja, o valor mínimo em que deveriam ser fixadas as tarifas.
No caso da Águas Guariroba, foi estabelecido índice técnico de reajuste de 11,08%, enquanto que no transporte púbico a tarifa mínima foi fixada em R$ 5,15.
Tanto para a tarifa da água quanto para o do Consórcio Guaicurus, Marquinhos ignorou a orientação da Agereg e estabeleceu em no máximo 5% qualquer reajuste tarifário, metade dos
10,74% da inflação acumulada nos últimos 12 meses, conforme o IPCA calculado pelo IBGE e anunciado em dezembro do ano passado.
Por conta disso, hoje as greves começaram a pipocar no transporte público e para que o sistema não entre em colapso total só existem duas saídas: ou a prefeitura subsidia o passe dos beneficiados com a gratuidade, que já somam quase 35% de todos os usuários transportados, ou então reajusta o valor da tarifa, que de R$ 4,40 poderá subir para R$ 6,15, que é a nova tarifa técnica estabelecida pela Agereg.
Pior: após a paralisação da semana passada, o Consórcio conseguiu dinheiro para pagar o vale, nesta terça-feira, mas já anunciou não ter dinheiro pára pagar os salários, no dia 5 de julho. Duas reuniões agendadas para a busca de soluções pata a crise foram desmarcadas pela prefeitura.
No caso da Águas Guariroba, serão somados aos 5% de reajuste dado no ano passado a diferença de 6,08% que deixaram de ser aplicados no decreto populista editado no final do ano passado pelo então prefeito Marquinhos Trad.
Confira a coluna CBN em Pauta de hoje: