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Preservativos, roupas e mais: 650 toneladas de materiais são retiradas do esgoto na capital em 2024

Descarte irregular e ligações clandestinas sobrecarregam a rede e provocam extravasamentos, gerando transtornos para moradores de Campo Grande

Descarte irregular e ligações clandestinas sobrecarregam a rede e provocam extravasamentos, gerando transtornos para moradores da capital
Descarte irregular e ligações clandestinas sobrecarregam a rede e provocam extravasamentos, gerando transtornos para moradores da capital | Foto: Reprodução/Águas Guariroba

A falta de conscientização sobre o descarte correto de resíduos tem causado entupimentos e vazamentos na rede de esgoto de Campo Grande. Somente em 2024, foram retiradas 650 toneladas de materiais indevidos do sistema, segundo a Águas Guariroba, concessionária responsável pelo saneamento na capital.

Os resíduos mais encontrados variam de pedaços de pano, plásticos, preservativos, fraldas, absorventes, terra, areia, óleos e gordura conforme explica o coordenador de operações de esgotamento sanitário da empresa, Renato Osório Vilela.

Para desobstruir a rede, pode ser necessário realizar até dois procedimentos, dependendo da gravidade do entupimento.

“A limpeza da rede coletora de esgoto pode ser feita por caminhões de sucção e de hidrojateamento. Em casos mais complexos, primeiro realizamos a sucção do material para depois liberar o fluxo com o hidrojateamento. Já em situações mais simples, apenas o hidrojateamento restabelece o fluxo normal”, detalha Vilela.

Ligações clandestinas agravam problema

Além do descarte irregular, ligações clandestinas também contribuem para o extravasamento do esgoto. No bairro Jardim São Francisco, moradores enfrentam vazamentos recorrentes, especialmente em períodos de chuva.

“Aqui na região da Ernesto Geisel com a Rachid Neder, onde geralmente alaga, estamos lidando com um novo problema: o extravasamento de esgoto. Qualquer chuva, seja forte ou fraca, faz com que os esgotos ao redor transbordem. O esgoto passa bem na frente do condomínio onde moro. Temos que passar com o carro sobre ele para entrar no prédio, e o cheiro forte é um incômodo constante”, relata um morador.

Situação no bairro São Francisco – Vídeo: Arquivo Pessoal

Além do mau cheiro, o extravasamento pode contaminar a água e o solo, além de atrair vetores de doenças.

Monitoramento contínuo para reduzir impactos

Para combater essas irregularidades, a Águas Guariroba mantém um monitoramento contínuo em toda a cidade. A concessionária conta com equipes de fiscalização que percorrem os bairros e um time estratégico que acompanha grandes clientes com alto potencial de impacto ambiental.

“Sempre que encontramos alguma irregularidade, o cliente é notificado e recebe um prazo para se regularizar”, explica Vilela.