A temporada de incêndios no Pantanal chegou mais cedo este ano. Foram registrados 310 focos de incêndio no bioma em janeiro, terceira maior marca do mês desde 1999. Na terça-feira (2), seis guarnições, com 24 bombeiros no total, iniciaram as atividades de prevenção e combate a incêndios florestais na região.
A ação preventiva, que inclui educação ambiental e orientação para as comunidades locais, é fundamental para evitar a ocorrência de incêndios. Este ano, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) antecipou o início das atividades, devido ao alerta climático que indica a possibilidade de incêndios intensos no Pantanal.
“O Corpo de Bombeiros trabalha no combate a incêndio e proteção ambiental o ano todo, não só na atividade em sim, mas damos ênfase na prevenção. A gente começa em maio ou junho, mas este ano antecipamos para abril. E duplicamos as equipes que vão a campo fazer as atividades junto as comunidades locais, ribeirinhas e nas propriedades rurais. Como nos últimos cinco anos, este ano a gente deve enfrentar condições climáticas severas, situação que já foi prevista e alertada pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima)”, afirmou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais no Estado.
As duas primeiras bases avançadas serão instaladas às margens dos rios Paraguai e São Lourenço, na divisa com o Mato Grosso. Outras onze bases podem ser instaladas, totalizando 13 pontos estratégicos para o combate aos incêndios.
“O Pantanal é o bioma que temos mais dificuldade de acesso. Por isso vamos estabelecer as bases avançadas pela primeira vez, é uma novidade este ano. Precisamos diminuir o tempo de resposta, que em algumas situações leva 7h de deslocamento por embarcação, mais de um dia percorrendo estradas, e isso acaba dificultando o combate ao incêndio. Quando a gente fala de transitar no Pantanal, são equipes que vão com equipamentos, combustível e insumos, que precisam passar dias naquele terreno para o combate, e não é com acesso fácil e simples”, explicou a tenente-coronel.
O CBMMS utiliza diversas tecnologias para monitorar os biomas e combater os incêndios de forma mais eficaz. Drones, equipamentos de proteção individual específicos, monitoramento via satélite e inteligência artificial são algumas das ferramentas que auxiliam os bombeiros em seu trabalho.
*Com informações da Sejusp