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SNUS

Produto altamente viciante apreendido em MS é o primeiro caso registrado no país

Substância é considerada perigosa pois causa graves danos à saúde, como câncer e dependência química.

Snus é considerado altamente nocivo à saúde humana
Snus é considerado altamente nocivo à saúde humana | Fotos: Divulgação/Vigilância Sanitária-MS

A Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul e a Secretaria de Fazenda (Sefaz) apreenderam, pela primeira vez no Brasil, a substância conhecida por ‘Snus‘, importada ilegalmente da Europa. O produto é derivado de nicotina sintética e não há autorização para importação, distribuição e comercialização no país.

A apreensão de 2.260 sachês de Snus foi feita após uma denúncia dos Correios, que identificou a mercadoria ilegal. O destino da encomenda não foi divulgado mas está sendo investigado pela Polícia Federal.

O Snus é proibido na União Europeia desde 1992, sendo permitido atualmente apenas na Suécia, de onde foi trazido ilegalmente. No Brasil, o produto não possui autorização da Anvisa para importação, distribuição ou comercialização, tornando qualquer atividade relacionada ao produto ilícita.

O Snus apresenta alto risco à saúde devido à quantidade elevada de nicotina, que, além do próprio adoecimento pelo nicotinismo, está associada ao desenvolvimento de cânceres e a problemas bucais, como ressecamento da mucosa, gengivite, cárie, perda dos dentes e mau hálito. Apesar de ter sabores agradáveis, como menta e morango, com o tempo ele resseca a boca, provocando danos ainda maiores”, explica Matheus Moreira Pirolo, gerente de Apoio aos Municípios da Vigilância Sanitária de MS (Geam).

A fiscalização identificou que cada sachê de Snus contêm 6,5 mg de nicotina, o que representa 6,5 vezes mais do que a quantidade absorvida pelo corpo humano a partir da utilização de um cigarro comum (aproximadamente 1 mg de nicotina). Esse nível elevado de nicotina aumenta significativamente o risco de dependência química e pode ocasionar complicações graves, como câncer de boca, esôfago e estômago, além de problemas cardiovasculares e metabólicos.

Falsos fitoterápicos

A Vigilância Sanitária e a Secretaria de Fazenda (Sefaz/MS) também recolheram outras 6.600 cápsulas de fitoterápicos falsificados, muitos dos quais continham medicamentos alopáticos como ibuprofeno e corticoides. Essas substâncias, quando consumidas sem orientação médica, podem causar gastrite, úlceras, falência renal e complicações metabólicas, como diabetes e hipertensão.

Conforme o gerente de Medicamentos e Produtos da Secretaria Estadual de Saúde (SES/MS), esses produtos deveriam ser fitoterápicos naturais, mas tiveram sua composição adulterada com medicamentos alopáticos de alta toxicidade. Adam Macedo Adami explica que “ao invés de oferecer alívio natural, essas substâncias oferecem efeitos adversos graves”.

A SES aponta especialmente para o perigo da compra de medicamentos e suplementos pela internet, uma prática cada vez mais comum. Produtos comercializados de forma clandestina e frequentemente promovidos como inofensivos colocam em risco a saúde de consumidores vulneráveis e desprovidos da informação correta.

Denúncias podem ser feitas para os fones 136 ou 151.

Dados de 2014 indicam que cerca de 50% dos medicamentos e suplementos vendidos pela internet são falsificados ou não atendem às especificações de segurança. “Esses produtos devem ser regularizados pela Anvisa e vendidos exclusivamente em estabelecimentos licenciados”, alerta.