Veículos de Comunicação

Alimentação Saudável

Produtos orgânicos ganham espaço na horta e na mesa do sul-mato-grossense

Consumo de alimentos livre de agrotóxico teve aumento no país inteiro

Feira da Praça do Rádio Clube acontece às quartas-feiras - Foto: Reprodução/CBN-CG
Feira da Praça do Rádio Clube acontece às quartas-feiras - Foto: Reprodução/CBN-CG

Os produtos orgânicos têm ganhado cada vez mais espaço nas prateleiras dos supermercados e nas feiras ao redor do estado. O crescente interesse por alimentos cultivados de forma mais natural e sustentável reflete uma mudança de mentalidade em relação à alimentação e ao meio ambiente. 

Os produtos orgânicos são alimentos cultivados sem o uso de agrotóxicos, pesticidas sintéticos, fertilizantes químicos e organismos geneticamente modificados (OGMs). A nutricionista Paula Saldanha frisa que para o produto ser considerado orgânico. não pode haver nenhum tipo de contaminação. “Esses produtos orgânicos passam por testes para estarem isentos de contaminantes pesticidas, que é muito comum, porque geralmente aqui no estado de Mato Grosso do Sul faz uma produção orgânica em meio a uma produção do vizinho que não é orgânico, então ocorre a contaminação".

Em vez disso, os agricultores utilizam métodos naturais, como a rotação de culturas, o uso de adubos orgânicos e a integração de culturas, para promover a saúde do solo e das plantas. 

O produtor, Alcides Fernandes neto, Cidão, aponta que existem dois tipos de agricultura orgânica, a convencional e a agroflorestal, e ele explica a diferença. “Além de você produzir alguns alimentos de hortifruti, a agricultura agroflorestal produz madeiras e frutas a longo prazo. Na agroflorestal não identificam pragas e doenças, e sim bioindicadores. Por exemplo, vem um ataque de inseto em uma monocultura de brócolis, isso indica que existe um desequilíbrio naquele local. Na agricultura convencional usam insumos que são permitidos, com uma toxicidade mais leve. Já a agroflorestal identifica o ambiente”.

Cidão é campo-grandense, mas se mudou para o estado de São Paulo para fazer faculdade, e acabou ficando 15 anos no estado paulista. Ao querer constituir uma família, Cidão quis voltar para a cidade morena, e percebeu que existia uma pouca oferta da agricultura orgânica na cidade.“Até 2018 eu morava em São Paulo e percebi que o nicho de mercado em Campo Grande era pequeno, existia pouca oferta, aí decidi investi”.

De acordo com o panorama do consumo de orgânicos no brasil 2023, houve um crescimento de 16% no consumo deste tipo de alimento entre 2021 e 2023. Uma das principais razões pelas quais os consumidores optam por produtos orgânicos é o benefício potencial para a saúde. Paula Saldanha explica os benefícios. “Primeiro a isenção de produtos químicos que são tóxicos a longo prazo ao corpo humano. Você pode comer integralmente todo o alimento, tendo uma melhor disponibilidade de todos os nutrientes do alimento”.

Para o produto ter a certificação de que é orgânico, precisa da certificação emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e isso gera uma dificuldade para os agricultores, de acordo com Cidão. “Para os agricultores se certificarem precisam seguir uma série de parâmetros. Precisa ter um caderno de campo, que é o registro das colheitas, dos plantios, o registro do que foi aplicado nas lavouras. Um controle muito mais burocrático do que uma agricultura que usa veneno”.

Campo grande tem vários pontos de vendas e feiras agroecológicas, como a Feira da Praça do Rádio Clube, toda quarta-feira da 5h às 9h; e a Feira do Pátio da Prefeitura de Campo Grande aos sábados da 5h às 9h.

A nutricionista Paula Saldanha dá dicas de como se adaptar ao consumo de orgânicos. “Primeiro conhecer os locais onde vendem os produtos orgânicos, para que nós possamos comprar direto dos produtores. E se for ao supermercado, começar a direcionar este olhar aos produtos. Lembrando que não é todo momento que terão os alimentos folhosos, e sim conforme as estações”.