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CABE NO FUSQUINHA!

Público total do estadual de futebol 2025 não encheria o Morenão

Mesmo com 55 jogos, arrecadação e presença de público decepcionam; apenas cinco clubes lucraram mais de R$ 10 mil

Campeão, Operário lucrou apenas 24 mil com venda de ingressos - Foto: Vinícius Eduardo/@eduardofotoms
Campeão, Operário lucrou apenas 24 mil com venda de ingressos - Foto: Vinícius Eduardo/@eduardofotoms

O Campeonato Sul-Mato-Grossense Série A 2025 chegou ao fim com título do Operário e um vice-campeonato digno do Ivinhema, mas nos bastidores, os números de público expuseram um dos grandes gargalos do futebol local: a falta de gente nas arquibancadas.

Ao longo de toda a competição, apenas 27.230 torcedores pagaram ingresso, número que não seria suficiente sequer para lotar o Estádio Morenão, o maior do estado, que segue fechado para reformas.

Mais jogos, menos torcida

Mesmo com 10 equipes em disputa e 55 jogos realizados, o total de público foi equivalente a cerca de 61% da capacidade total do Morenão. O jogo com maior público registrado foi entre Operário e Ivinhema, no jogo de ida da final, com 2.261 torcedores pagantes — menos de 6% do que o estádio campo-grandense comporta.

Já o menor público do torneio ocorreu na partida entre Coxim e Aquidauanense, que levou apenas 24 pessoas ao estádio.

Números gerais

A Campeonato Estadual gerou uma arrecadação bruta de venda de ingresso de R$ 316.570,00. Após a dedução de taxas, impostos e custos operacionais, o lucro líquido somado entre os clubes foi de R$ 105.248,41.

O Operário, além de campeão em campo, também esteve entre os clubes com melhor desempenho financeiro. Mas quem liderou o ranking de lucro foi o Clube Esportivo Águia Negra, com mais de R$ 39 mil de renda líquida acumulada.

Arrecadações de destaque

O jogo com maior renda bruta foi entre Ivinhema e Águia Negra, com R$ 15.030,00 arrecadados e R$ 10.588,48 de lucro. O confronto foi decisivo para o Ivinhema avançar à final e também garantiu à equipe uma das maiores bilheterias da temporada.

Por outro lado, o jogo com maior prejuízo financeiro foi o confronto entre Costa Rica e Naviraiense, com um déficit de R$ 4.353,20, mesmo com a presença de 80 pagantes. A renda não cobriu as despesas operacionais, algo recorrente em partidas com baixo público.

Lucro e Prejuízo

O Águia Negra liderou a arrecadação líquida do campeonato, obtendo um lucro de R$ 39.015,00. Em segundo lugar ficou o Operário, com R$ 24.112,96, seguido pelo Ivinhema, que alcançou R$ 20.315,88. Naviraiense e Dourados também fecharam no positivo, com rendas líquidas de R$ 11.415,04 e R$ 10.012,83, respectivamente.

Nem todos os clubes conseguiram lucro na competição. A Portuguesa-FC Pantanal registrou o maior prejuízo, acumulando R$ 8.143,08 negativos, devido ao baixo público em seus jogos como mandante. Costa Rica e Coxim também fecharam no vermelho, com perdas de R$ 3.990,62 e R$ 3.053,08, respectivamente.

Estrutura abandonada, torcedor ausente

O Morenão é símbolo dessa desconexão entre o futebol e sua torcida. Inaugurado em 1971, o estádio já recebeu mais de 38 mil pessoas em partidas históricas, como a vitória do Operário sobre o Palmeiras, em 1978. Hoje, permanece fechado, com obras paradas, promessas acumuladas e sem data oficial de reabertura.

Interditado há três anos, o Estádio Pedro Pedrossian ficará sob responsabilidade do Governo de MS – Foto: Arquivo/Portal RCN67

Com capacidade oficial para 44.200 pessoas, o Morenão está interditado desde 2022 e teve a sua gestão assumida recentemente pelo Governo do Estado, que promete um projeto de revitalização completo, por meio de Parceria Público-Privada, com prazo estimado de dois anos.