O governador Eduardo Riedel sinalizou, dias atrás, a falta de interesse de se filiar ao PL. Ele não escondeu a frustração de não contar com apoio do então presidente Jair Bolsonaro, principal líder do PL e da direita no Brasil, na sua eleição para governador, em 2026.
“Eu apoiei Bolsonaro, mas não tive apoio dele”, declarou Riedel. O então presidente chegou a participar da campanha de Riedel em Campo Grande. O PL, inclusive, estava na coligação do PSDB. Só que no último debate da Globo, Bolsonaro pegou todo o mundo político de Mato Grosso do Sul de surpresa ao recomendar voto para o Capitão Contar (PRTB).
Essa declaração de apoio a Contar provocou uma reviravolta no processo eleitoral e revolta dos aliados. Contar acabou derrubando o ex-governador André Puccinelli (MDB) nas pesquisas e foi para o segundo turno. A senadora Tereza Cristina (PP) procurou Bolsonaro para cobrá-lo o compromisso de apoio a Riedel. O presidente acabou deixando Contar de lado e Riedel foi eleito governador.
Agora, Bolsonaro quer Riedel no PL. E pelo jeito, quem não quer o PL é o governador. Mas ele conta com apoio maciço do PL na Assembleia Legislativa e mantém bom relacionamento com os Bolsonaristas liberais.
O PL já tem o compromisso de apoiar a reeleição de Riedel, em 2026. O acordo foi sacramentado na aliança do PL com PSDB nas eleições municipais, quando Bolsonaro abandonou a prefeita Adriane Lopes (PP) para ficar com o deputado federal Beto Pereira (PSDB). Pereira nem foi para o segundo turno e Adriane acabou reeleita.
Outro fato que incomoda Riedel é a polarização da política entre a direita e esquerda. Ele defende a ideia de todos estarem imbuídos em defender os interesses do Brasil e não das ideologias.
Bolsonaro, também, convidou o ex-governador Reinaldo Azambuja, o chefão do PSDB, a ingressar no PL. Ele seria o candidato a senador com apoio de todos os bolsonaristas, além de comandar o partido em Mato Grosso do Sul com caixa forte de dinheiro para campanha eleitoral.
Azambuja estava animado com a ideia, porque o PSDB está em fase de extinção no País e com sua eleitoral destroçada. No Brasil, o partido só é forte em Mato Grosso do Sul. Mas no decorrer do início desse ano, ganhou força no PSDB a fusão com outros partidos para garantir a sobrevivência. O assunto está em pauta de discussão na cúpula nacional com a participação ativa de Riedel e Azambuja.
Com este novo cenário, Azambuja está mais cauteloso quando se fala de filiação ao PL. Ele vai esperar os efeitos da fusão para tomar decisão.
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