Afonso Rosalen (64), morador da capital, está aposentado desde 2016. No tempo livre, o ex-residente de São Gabriel do Oeste admirava a vista da janela de seu apartamento, localizado em frente ao Parque Ecológico do Sóter, todas as manhãs. Foi aí que a ideia surgiu, reflorestar o lugar com árvores frutíferas.
Técnico em agropecuária e administrador rural, o aposentado trouxe toda a experiência de anos no campo para o plantio das mudas frutíferas. Até o momento, já foram mais de 250 mudas plantadas, entre jacarandás, jatobás, barús e até maracujás.
“Esses jatobás e barús são árvores frondosas que retornam mil litros (de água) por mês. Então, eu quero que chova no Parque Sóter, que nunca falte água”, disse.
A maior parte das mudas são retiradas das árvores já existentes no Sóter. Com autorização dos cuidadores do local, que é de responsabilidade da prefeitura, Afonso cuida de todas as mudas como filhas.
O desejo do aposentado é deixar um legado para as filhas, netos e para todos que passam pelo parque. Como no dia em que viu um casal, com dois filhos, agradecendo pelo almoço do dia: mangas, da árvore plantada pelo aposentado.
“Eu comprei duas marmitas para eles, que comeram uma, dividiram em quatro e guardaram a outra para a janta. Amanhã ou depois, não sei se eu vou estar aqui, mas, com certeza vai alimentar pessoas e animais”, disse emocionado.
Para aqueles que pedem frutas, como o maracujá doce plantado nas grandes do parque, Afonso pede um pouco de adubo para seguir com o trabalho de plantio. “Eu ganhei quatro sacos de adubo de um, dois de outro e assim vai. O pessoal já me chama de longe, ‘ô plantador de árvore, como tá?’”, contou.
Até o fim do ano, o aposentado quer chegar ao número de 500 mudas plantadas no Sóter. Uma ação no presente, que vai impactar diversas gerações.