O Governo de Mato Grosso do Sul confirmou o repasse da primeira parcela, no valor de R$ 8,3 milhões, para a reestruturação da Santa Casa de Campo Grande. O recurso foi depositado na segunda-feira (14) no Fundo Municipal de Saúde, que mantém a contratualização com o hospital — referência no atendimento de média e alta complexidade no estado.
Esse montante marca o início da execução de um pacote de R$ 25 milhões em emendas parlamentares viabilizadas pela bancada federal sul-mato-grossense. O objetivo é garantir a continuidade dos atendimentos, modernizar a infraestrutura e aprimorar a gestão da unidade filantrópica, que atende pacientes de todo o Estado e de regiões vizinhas.
O maior volume de recursos foi destinado pelo senador Nelsinho Trad, com R$ 12,5 milhões. Em seguida, aparecem as contribuições da senadora Tereza Cristina (R$ 6,6 milhões), do deputado Geraldo Resende (R$ 2,8 milhões), da senadora Soraya Thronicke (R$ 1,8 milhão) e do deputado Luiz Ovando (R$ 1,2 milhão).
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, o valor será essencial para reforçar os estoques de medicamentos e insumos hospitalares. “Com esses recursos, garantimos a assistência hospitalar e reforçamos o compromisso do Estado com a saúde pública”, destacou.
Somados aos R$ 15 milhões liberados em outubro de 2023, por meio de convênio, e aos R$ 9 milhões usados para o pagamento do 13º salário dos funcionários, o aporte do Estado à Santa Casa já se aproxima de R$ 50 milhões.
As próximas parcelas, também de R$ 8,3 milhões, serão repassadas conforme metas pactuadas entre o Estado, a Prefeitura e a direção do hospital. A expectativa do poder público é de que a Santa Casa avance para um modelo de gestão mais eficiente e transparente, com melhor fluxo de atendimento e maior previsibilidade no financiamento.
Referência e colapso
Atualmente, o hospital conta com mais de 744 leitos, sendo 650 contratualizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, 87% dos leitos são públicos. A Santa Casa é o maior hospital filantrópico de Mato Grosso do Sul e o maior em número de atendimentos pelo SUS na região Centro-Oeste, sendo referência na prestação de serviços médico-hospitalares de alta complexidade.
No mês passado, o hospital chegou a paralisar os atendimentos ortopédicos e a restringir a entrada de pacientes do SUS devido à superlotação e à falta de insumos e medicamentos para manter os serviços. Resultado de uma crise financeira que se arrasta há décadas na instituição.
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