
A segunda-feira (28) começou com manifestações promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Mato Grosso do Sul. As ações, realizadas em conjunto com o Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária (MCLRA) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), incluíram bloqueios em rodovias e ocupação de prédio público.
Segundo informações confirmadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR-060 foi totalmente interditada no km 414, próximo ao acesso ao Capão Seco, no caminho para Sidrolândia. Além disso, confirmado pela Polícia Militar Rodoviário (PMR), houve bloqueio na MS-164 próximo ao assentamento Itamarati, em Ponta Porã, e ocupação da sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Campo Grande.
Na BR-060 o trânsito estava totalmente interditado pelos manifestantes desde o início da manhã com uso de pneus e outros objetos para obstruir a via. Às 8h50 da manhã, após negociações com a PRF, os manifestantes concordaram em liberar o tráfego por 15 minutos para cada sentido em sistema de pare e siga.
Protesto e Reivindicações
De acordo com Claudinei Barbosa, coordenador do MST no estado, a mobilização é motivada, em parte, pela ação da Polícia Militar no domingo (27), quando 300 famílias foram removidas de uma área ocupada em Dourados, sem apresentação de ordem judicial. “Por ordem do secretário de Segurança Pública, foi realizado o despejo de famílias usando spray de pimenta e balas de borracha“, afirmou.
Além do protesto contra a operação policial, os movimentos reivindicam avanços na reforma agrária. Claudinei destacou que Mato Grosso do Sul é o único estado que ainda não teve imóveis desapropriados para famílias acampadas, algumas há mais de 15 anos. “Queremos o diálogo com o presidente do Incra, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e com o ministro Paulo Teixeira“, declarou.
A manifestação faz parte do “Abril Vermelho”, período em que ações por reforma agrária são intensificadas em todo o país. O MST afirma que só desocupará as rodovias e a sede do Incra após obter resposta do governo federal.
Até o momento, não há previsão de liberação dos trechos interditados.
*Atualizado às 9h10