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Sem asfalto, Indubrasil é esquecido em meio a poeira e obras abandonadas

Em dias de chuva, estudantes chegam à escola com o pé cheio de lama

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Distante a cerca de 19km do centro de Campo Grande, o Indubrasil é uma das regiões mais afastadas das principais ruas da capital, como a 14 de Julho. A distância faz com que moradores se sintam esquecidos pela prefeitura municipal, que há anos promete asfaltar as ruas da região.

Residente na rua Candeias desde 1987, Jamir Silva (56), disse que ouve desde pequeno que o asfalto chegará ao local, principalmente em anos de eleição, o que até hoje não aconteceu. No entanto, quando os moradores reclamam, são informados que a rua já está asfaltada.

Segundo moradores, Rua Candeias aparece como asfaltada em documentos da Prefeitura

“Sabe qual o assunto que rola entre os moradores? Que consta como asfaltada essa rua. Aqui, quando tá seco é poeira, quando chove é barro. As crianças que vão estudar chegam na escola com os pés sujos. Nossa marca é o pé sujo”, contou.

Sem especificar quando o asfalto chegará de fato a região e o porquê a localização costa como asfaltada, em nota a prefeitura de Campo Grande informou que “A Prefeitura está empenhada em buscar recursos para lançar novas frentes de pavimentação. Nos últimos 4 anos já foram executados 200 km de asfalto novo e o planejamento do quadriênio é repetir este resultado”.

Triste com a marca negativa que os moradores ganharam, Jamir lamenta ainda o abandono de obras que impulsionariam o Indubrasil. A exemplo do ‘Trem do Pantanal’, inativo desde 2015, que agora é usado como ponto para uso de drogas, prostituição e até mesmo criação de gados.

“Depois da inauguração ficou aquele monte de luz acessa, desperdiçando energia. Hoje em dia tá servindo para ponto de prostituição, pro pessoal usar droga, tá tudo depredado lá. De vez em quando eu vou lá e fico com o coração doendo de ver o nosso dinheiro onde tá”, relatou Jamir.

O ‘Trem do Pantanal’ foi construído com a ideia de atrair turistas em um passeio que ligaria a região até Corumbá, no entanto, não foi o que aconteceu. Ainda na inauguração, que contou com a presença do então presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, o trem percorreu um pequeno trecho, e logo no outro dia, em 9 de maio de 2009, recebeu visitantes para um passeio que saiu de Campo Grande até Miranda.

Logo na inauguração os pontos negativos ficaram escancarados: a falta de ventilação, lentidão no trajeto com velocidade de 27km/h, além de não ligar, de fato, a capital a Corumbá, que marcaria a passagem pela paisagem do Pantanal. Foram investidos mais de R$730 mil dos cofres estaduais no espaço que agora abriga a decepção e desilusão dos moradores.

“Eu até queria que algum político revesse nossa situação, porque desde que eu me entendo por gente é essa situação aqui, não muda”, concluiu Jair emocionado. Até o fechamento desta reportagem o Governo do Estado não respondeu aos questionamentos da Rádio CBN.