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MEIO AMBIENTE

Sem previsão de chuva para setembro, crise hídrica na Bacia do Alto Paraguai deve se agravar

Para amenizar a situação, a barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, localizada em MT, tem liberado mais água do que represa

A crise hídrica que afeta a Bacia do Alto Paraguai (BAP), com reflexos diretos no Pantanal, deve se agravar com o prolongamento do regime de chuvas abaixo da média histórica, o que afeta a navegabilidade dos principais rios da região e tem impacto direto sobre todas as atividades. Análises foram feitas durante a reunião da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai.

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, participou da reunião representando o Governo de Mato Grosso do Sul. De acordo com Verruck, a previsão para a volta das chuvas é apenas em outubro, o que agrava a crise hídrica. "Só teremos chuva em outubro, e ainda assim abaixo do esperado. Isso já traz consequências graves para atividades econômicas importantes como a agropecuária e o transporte hidroviário, sobretudo de minérios, que está praticamente suspenso e com restrições para outros setores", frisou.

Durante a reunião, representantes do Centro Nacional de Monitoramento de Alertas e Desastres Naturais (Cemaden), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Serviço Geológico do Brasil e do Operador Nacional do Sistema Elétrico apresentaram dados sobre o quantitativo de chuvas, níveis dos rios e previsões para as próximas semanas. Todos mostram cenários preocupantes de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas.

Esse quadro levou a Agência Nacional das Águas (ANA) a criar a Sala de Crise, que realiza reuniões mensais para atualizar a situação hídrica da região. Em maio, a ANA decidiu declarar “escassez hídrica” em toda a Bacia do Alto Paraguai e indicou medidas a serem adotadas pelos agentes públicos e privados a fim de enfrentar o problema.

Em julho, a régua de Ladário marcava 74 centímetros; em agosto, caiu para 17 centímetros e, nesta sexta-feira (6), já estava em 11 centímetros. O mesmo ocorre com a régua instalada em Porto Murtinho, que caiu de 169 centímetros para 128 centímetros em um mês. O quadro mais crítico ocorre quando o rio passa por Assunção. Nesta sexta-feira (6), foi quebrado o recorde histórico para aquele ponto em 121 anos de medição: -77 centímetros.

Para amenizar a situação, a barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, localizada em Mato Grosso, tem liberado mais água do que represa, como medida de curto prazo para ajudar a manter o nível dos rios.

Com informações da Semadesc/MS